James Dean foi uma das figuras mais polêmicas e controversas de sua época. Life (Life – Um Retrato de James Dean, no Brasil) propõe analisar o perfil do ator estadunidense a partir da relação dele com um fotógrafo. Dirigido por Anton Corbijn, o filme basicamente é um making of das famosas fotografias publicadas pela Time, com pouco conteúdo externo.
Um fotógrafo ambicioso atrás de sua grande matéria de capa. Um ator em ascensão, preocupado apenas com novas experiências. Dennis Stock (Robert Pattinson) encontrou o jovem James Dean (Dane DeHaan) logo após o teste do ator para o papel principal de Rebel Without a Cause, e começa a tirar fotos para sua coleção pessoal. Pouco antes da trágica morte de Dean, Stock percorre Hollywood, Nova York e regiões do estado de Indiana para oferecer ao seu chefe um retrato de quem era aquele ator que tanto chamava a atenção de Jack Warner (Ben Kingsley).
É interessante notar o quanto Corbijn parece apostar que sua história é boa o suficiente para prender a atenção de seu público. Essa confiança gera uma série de pequenos problemas. O principal, e facilmente visto desde as primeiras cenas, é que não existe química entre Pattinson e DeHann, tornando o longa cansativo e forçado. A orientação do roteiro é voltada, na maior parte do tempo, apenas para os pontos de desentendimento dos dois protagonistas, simplificando Dean como um homem problemático, sem oferecer claras explicações sobre sua carreira fora as menções de filmes como East of Eden e Giant. Isso é um fato um tanto quanto curioso, já que quem assina o guião é Luke Davies, autor de Candy (2006), um dos grandes romances feitos neste século, que destaca-se pelo ótimo desenvolvimento dos personagens. Outro problema é que são feitas simplificações apressadas e desnecessárias para colocar as viagens de Dean e Stock em uma hora e quarenta minutos e dar uma espécie de panorama completo da relação entre os dois – o que certamente não chega nem perto de ocorrer de fato.
O ponto positivo – que deve aproximar os fãs do ator desta produção – está na tentativa de simular o ambiente das fotografias alvo de tantas publicações especiais sobre Dean (para quem se interessar, é possível acessar a coleção clicando aqui). Elas são a chave para o mínimo de entretenimento que o filme trás ao espetador. Apesar de desenrolar uma história vazia, sem foco, Life também apresenta uma boa maquiagem e cuidadosa, mas não deve ser considerado, por nem um segundo, como um retrato do ator.
NOTA:6/10