Polytechnique foi o primeiro filme de grande distribuição dirigido por Denis Villeneuve, e responsável por torná-lo famoso em todo Canadá. O longa de pouco mais de uma hora trata sobre o massacre da Escola Politécnica de Montreal, o maior crime deste tipo ocorrido naquele país.
Com poucas linhas de diálogo, os sons das balas tem um papel fundamental para marcar a dor da tragédia. Filmado em preto e branco, a história do assassino anti-feminista (interpretado por Maxim Gaudette) que tirou a vida de catorze mulheres e feriu outras treze pessoas antes de se matar é contado através da perspectiva de dois personagens: Jean-Francois (Sebastien Huberdeau), o único homem em toda a Escola que teve coragem o suficiente para buscar ajuda, e Valerie (Karine Vanasse), que sobreviveu mesmo aos tiros de queima roupa e testemunhou a morte de suas amigas (os nomes reais foram preservados em respeito as famílias).
O impacto da produção, no entanto, é bastante discutível: as cenas soltas e pouco articuladas não exploram o ambiente canadense de 1989, e deixam de lado qualquer possibilidade de fazer com que a análise geral se expanda para a personalidade doentia do homem que cometeu tal ato. Infelizmente, isto vira um grande problema a partir do momento em que o filme é duramente comprometido pela falta total de profundidade, dando a visão de que este foi um crime comum.
Não foi. Além das várias discussões sobre restrição as armas iniciadas no Canadá, o incidente teve repercussão mundial pela frieza e violência do ato. Nada disto é abordado. Villeneuve faz de Polytechnique um filme esteticamente interessante, com boa fotografia, mas falha na construção do roteiro, justamente o ponto mais elogiado de seus filmes desde então.
NOTA: 6/10