Com a popularização e o baixo custo dos CGI’s, não é de se admirar que seu uso caísse no gosto dos produtores de filmes B dos Estados Unidos. É cada vez mais frequente o uso desta tecnologia, especialmente para os filmes de ficção. Self/less, no entanto, consegue a proeza de colocar dois atores de peso nos créditos para contar uma história absurda, sem sal e com vários clichês ultrapassados. Pior: o uso de efeitos especiais ficou de lado para dar ênfase a uma troca bizarra de protagonistas.
Damian (Ben Kingsley), é um dos milionários de Nova York. Dentro de seu apartamento – com uma espetacular vista para o Central Park – ele vê a vida passar cada dia mais rápido. Ao contrário do que ele imaginava, o dinheiro não controla tudo. Com menos de seis meses de vida, ele passa a rever seus objetivos. Ele descobre o negócio de um jovem cientista (Sam Page) – que oferece uma troca de pele. Sua justificativa é simples: o mundo não pode perder pessoas brilhantes. Citando exemplos como Einstein e Steve Jobs, ele considera que sua fórmula pode ser a chave para a imortalidade. Mas tudo tem seu preço: o complicado procedimento requer o uso constante de pílulas para eliminar memórias passadas. Damian aceita os termos e entra no corpo de um homem muito mais jovem (Ryan Reynolds). Só que ele aos poucos descobre que estava na pele de uma pessoa que deixou tudo para trás – e busca descobrir toda a verdade por trás do procedimento.
Reynolds bem que tenta, mas o vínculo negativo de seu personagem torna a exibição deste filme um grande abacaxi. O espectador não é desafiado, e sabe muito bem os passos que serão tomados na sequência. É incrível observar como Hollywood entrou em uma zona de conforto e pensa que pode atirar qualquer tralha em busca de um público fiel ao gênero. A presença de Kingsley é totalmente descomprometida, deixando bem claro um contrato redigido a partir dos minutos de exposição de seu rosto.
Self/less reúne os piores momentos de Limitless (2010) e tenta – de forma descarada – unir tópicos que fizeram sucesso com Face/Off (1997). Sem qualquer preocupação com um roteiro limpo, o diretor indiano Tarsem Singh tem a cara de pau de trabalhar o roteiro a partir de um mundo paralelo em que a polícia não existe e que tiros e explosões parecem ser coisas simples, do cotidiano.
NOTA:2/10