A Menina que Roubava Livros é um filme adaptado do livro de mesmo nome, lançado em 2005 pelo escritor Markus Zusak. O livro alcançou sucesso mundial e permaneceu por 230 semanas na lista dos livros mais vendidos do jornal The New York Times.
A história segue Liesel (Sophie Nélisse), uma menina interpretada pela talentosa Sophie Nelisse, que é adotada por Hans e Rosa Hubermann (Geoffrey Rush e Emily Watson), um casal de alemães que se distancia muito dos demais nazistas de sua região. A forte amizade construída pelos pais com a filha durante o filme mostra a tentativa de afastamento da ideologia nazista naquela residência, ficando claro quando eles se deparam com um jovem judeu chamado Max (Ben Schnetzer), e o escondem no porão de casa.
O ponto forte do filme são os lindos cenários da pequena cidade alemã onde se passa o filme. Sim, depois temos problemas, problemas e problemas.O jornal NYT considerou a história como algo parecido com “Harry Potter e o Holocausto”. A crítica dos americanos é que o ambiente nazista está sendo alvo de grandes adaptações que deixam de lado o sofrimento e os absurdos cometidos pelo regime de Hitler para contar histórias maravilhosas de aventuras. Em um fórum de filmes americanos, discuti bastante sobre este assunto, que é polêmico até o fim. Não pretendo abordar isto aqui, já que as opiniões são muito variadas e este não é o foco da discussão. Mas fica claro que um jovem de 12 ou 14 anos dificilmente entenderia a Segunda Guerra Mundial ou os nazistas a luz deste filme. Certamente este não foi o objetivo dos produtores, mas é o principal alvo das críticas dos estadunidenses.
O roteiro, por vezes narrado pela morte (sim!), apresenta falhas grotescas e não explora por um segundo sobre como era ser um nazista na transição da década de 1930 para 1940. Apesar de acompanharmos sete anos da vida da personagem, ela se mantém durante todo filme com o mesmo olhar e rosto angelical de quando aparece na primeira cena. Os uniformes nazistas foram “americanizados”. Digo isto porque doeu ver os panos apresentados como trajes da SA, SS e do exército alemão.
Um filme que tenta contar uma história de superação, junto com uma história de uma linda amizade, que também tenta apresentar uma história de um amor que não deu certo, que também trata de holocausto. O diretor Brian Percival tentou revolucionar mas não agradou.
Esta é a MINHA opinião. O que li de reviews que vão do 1 ao 10 é impressionante. É ame ou odeie na certa! Enquanto o Richard Roeper, grande crítico do Chicago Tribune considerou “um dos melhores filmes de 2013”, o grande Roger Ebert, em um de seus últimos reviews, criticou o ar de solipsismo da produção.
SPOILER (se não viu o filme, peço que acabe a leitura aqui).
Na cena final do filme, quando descobrimos que a menina sobreviveu a guerra e virou uma famosa autora, enquanto a morte fala sobre o sentido da vida e o quão maravilhosa foi Liesel, os produtores não deixaram de lucrar com um marketing horroroso da Apple. Era pra chorar, mas acabei rindo.