Maggie (Maggie: A Transformação) foi promovido até o seu lançamento como uma espécie de Arnold Schwarzenegger vs. Zombies. Os fãs do ex-governador da Califórnia logo passaram a acreditar que o longa iria seguir o gênero de ação. Mero engano. O diretor Henry Hobson (em seu primeiro longa) sabia que tal publicidade era necessária, já que este pequeno filme mostra um Arnie diferente de tudo o que estávamos acostumados a ver.
Wade (Arnold Schwarzenegger) é pai de Maggie (Abigail Breslin), uma menina que acaba de ser liberada do hospital após ser mordida por um zombie from a hospital. Em um cenário devastador de uma epidemia, os dois sabem que os dias de Maggie estão contados. Wade retorna para sua fazenda para tentar tocar sua rotina, mas as transformações no corpo de sua filha acabam alterando não apenas sua relação com sua esposa, mas também a forma com que o homem enxerga o mundo.
Hobson, que esteve envolvido na produção de The Walking Dead, sabe que o padrão para filmes deste gênero é bastante peculiar. A cada dez longas produzidos, nove dividem-se existe histórias que mostram humanos reunidos para vencer uma epidemia em um cenário apocalíptico ou optam por mostrar ataques de zombies em uma população frágil/despreparada. A maior vitória de Maggie é deixar de lado estes clichês, a começar pelo ambiente externo, que, apesar de englobar a existência de órgãos de controle e quarentena, não se aproximam nem um pouco dos exageros tradicionalmente empregados por Hollywood.
Mas na prática, o que isto quer dizer? Em poucas palavras, nota-se, por exemplo, que o personagem de Arnold não tem prazer ou interesse em sair matando zombies. Eles existem – uma breve volta na mata é suficiente para encontrar um par – mas o homem está mais preocupado em manter sua família unida e feliz. Esta quebra é bem-vinda, pois é possível observar que Wade percebe que cada uma das pessoas contaminadas pelo vírus tinham famílias e não pediram para estar naquela situação. Estando com uma filha contaminada dentro de sua casa, ele mantém a esperança de que um milagre possa acontecer.
Em suma, Maggie é um filme sobre decisões. A presença de Schwarzenegger ganha um papel secundário para a análise das relações sociais de uma jovem menina a beira da morte. Apesar de ser notório que o ator não convence no gênero, a experiência geral em si é interessante, mas uma série de perguntas ficam abertas – apesar da cena final ser direta e não abrir possibilidade de diálogo e interação com o espectador.
NOTA: 5/10