Tommy Lee Jones é um dos homens mais polêmicos de Hollywood. Seus desafetos já foram responsáveis pela perda de papeis importantes, e suas demandas restringem grande parte das grandes produtoras americanas. Em The Homesman (Dívida de Honra, no Brasil), Jones aproveitou seu grande prestígio no mercado francês para dirigir um longa com a produção da EuropaCorp, em parceria com Luc Besson. Baseado na história homônima de Glendon Swarthout, por nenhum momento o espectador é convencido do melodrama que é atirado na tela em sequências com graves problemas de continuidade.
Nebraska, século XIX. Mary Bee Cuddy (Hilary Swank), uma mulher que nunca deu sorte para o amor, toma frente na difícil missão de levar três mulheres com graves problemas mentais adquiridos por conta da dura realidade do deserto (Grace Gummer, Miranda Otto e Sonja Richter) para o Iowa, onde elas podem retornar em paz para suas respectivas famílias. O duro caminho que separa estes estados torna-se imprevisível com o encontro de Cuddy e George Briggs (Tommy Lee Jones), um misterioso homem condenado a morte que é salvo pela protagonista logo nos minutos iniciais. Aos poucos os dois formam um peculiar laço de amizade, forte o suficiente para enfrentar os mais variados problemas que aparecem no percurso.
Se a fotografia do excelente Rodrigo Prieto é o destaque, o mesmo não se pode dizer da edição coordenada pelo veterano Roberto Silvi, um dos grandes amigos de Lee Jones no cinema. É triste observar que Silvi não consegue aproveitar as exuberantes tomadas que mostram o contraste do deserto com a neve. O diretor também tem sua parcela de culpa, pois abre cada uma de suas cenas com uma visão exuberante para depois insistir em closes desnecessários.
O roteiro também tem seus problemas: na metade final existe um grande cliffhanger, que é deixado de lado para forçar uma análise pessoal de Briggs e retomado nos minutos finais sem nenhuma força. A perda de fôlego pode ser sentida ainda mais quando notamos que boa parte dos diálogos tomam um sentido cíclico um tanto quanto desagradável.
A curta aparição de Meryl Streep vira destaque por conta da fraca atuação de Swank, que não consegue dar a volta por cima em sua carreira de forma alguma. Presa em um personagem complexo, ela se apoia na segurança de Jones para entregar o básico. The Homesman tem um fechamento insatisfatório por vender uma história que toma um rumo completamente inesperado – e sem sustentação – que não agrega nada ao gênero western.
NOTA: 5/10