Big Hero 6 (Operação Big Hero, no Brasil) é uma das maiores decepções que tive com os estúdios de animação da Disney. Além de tentar conciliar duas grandes cidades (Tóquio e São Francisco) em um mundo completamente vazio, este filme possui profundas falhas em seu roteiro.
Hiro (Ryan Potter) é um prodígio que finalizou o ensino médio com apenas 13 anos. Ao invés de aproveitar sua inteligência, ele passa os dias em lutando em arenas com robôs (luta ilegais; o motivo disto, o filme não explica). Seu irmão, Tadashi (Daniel Henney) sonha ver o garoto matriculado em uma grande universidade para colocar todo seu potencial em um projeto especial. Após desenvovler a tecnologia dos nanobots, Hiro é aceito na universidade, mas um trágico incêndio toma lugar e acaba matando seu irmão, que deixa como legado o projeto de um robô inflável, Baymax.
O senso de profundidade é péssimo: sei que a Disney abre mão de explorar o mundo aberto para focar apenas na história que é contada. Mas nota-se em uma cena de perseguição, por exemplo, que as ruas estão completamente vazias, não existe uma alma na cidade fora os “heróis”. Tanto é que a primeira (e única) participação da polícia ocorre nos minutos finais. O personagem principal, Hiro, não tem nenhum carisma, fora a história absurda de uma criança de 13 anos criar uma tecnologia que poderia revolucionar o mundo.
Mas tinha mais coisa ruim por vir: por vários minutos ficamos presos em um hangover de doer a cabeça. O pior de tudo é que os produtores apostaram em um melodrama de quinta categoria, com o único intuito de tirar uma lágrima dos olhos das crianças que assistem o filme. Não existe uma mensagem bem definida e nem um foco. É só uma luta básica do bem contra o mal, com todos os clichês que você pode imaginar.
Spoilers adiante. O pior precedente criado por este longa diz respeito a magia da animação. Após Baymax ser deixado em outra galáxia (em outro péssimo trabalho de manipulação do tempo), a descoberta do chip que dava vida ao boneco abre a possibilidade para uma continuação. Ou seja, a carcaça foi embora mas a inteligência ficou para ser aproveitada. Mas e a alma do personagem? Ela não é levada em conta nas cenas finais. O público, é claro, gostou ao ver a união da dupla novamente, mas isto poderia ter sido feito de maneira bem mais suave. Ora, por qual motivo não se pode abrir a ‘galáxia’ novamente? É como se o Woody, de Toy Story, fosse destruído e colocassem em seu lugar um outro boneco, idêntico. Okay, o corpo é o mesmo, mas e a ligação criada com o espectador durante a exibição? Baymax se resumia apenas aquele disquete?
NOTA: 3/10
Observação: antes da exibição do filme foi rodada a exibição do curta de animação Feast, que deve ser indicado ao Oscar nesta categoria. A agradável história trata sobre o relacionamento entre um cachorro e seu dono durante as várias fases de suas vidas. O grande barato é que o foco principal está na alimentação do cãozinho: nos primeiros dias, a sua ração sempre ganha uma sobra de bacon ou macarrão. Aos poucos, seu dono o acostuma a dar comida real ao animal, como se ele fosse gente. O momento de crise para o estômago do simpático cachorro acontece quando seu parceiro encontra uma namorada vegetariana. As almondegas são trocadas por espinafre e os suculentos bifes deixam a cena para dar lugar ao repolho. Certo dia, o namoro do rapaz termina e ele entra em depressão: come muito, e, claro, faz a alegria de seu cachorro. Só que o cão percebe que este comportamento está errado e toma uma atitude para resolver a situação. Curta de primeira qualidade, o ponto alto da sessão, sem dúvidas. 8/10. IMDB
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