Não, Shame não é um filme de sexo. A tarefa de analisar o longa é muito difícil e depende de vários conceitos pessoais. Shame é um filme arrepiante sobre um homem escravo de sua dependência. Com direção de Steve McQueen e com um rating NC-17 nos Estados Unidos, Brandon (Michael Fassbender) faz sexo com qualquer um, a qualquer momento. Quando ele não arranja uma parceira na rua, vai a clubes, masturba-se, tenta a sorte em boates gays ou contrata prostitutas. Seu computador está infestado de pornografia e seus colegas de trabalho desconfiam de suas atitudes.
Com uma carreira aparentemente estável, a vida de Brandon vira ao avesso com a chegada de sua irmã Sissy (Carey Mulligan), que se hospeda em seu apartamento sem prévio aviso. Brandon não suporta Sissy, e ela sabe disso. Suas palavras, “não somos pessoas más. Apenas viemos de um lugar ruim”, ao mesmo tempo em que mostra uma tentativa de aliviar a situação, deixa claro que provavelmente os dois sofreram algum tipo de abuso quando crianças (até porque Sissy é vulnerável e insegura, o que gera críticas de seu irmão ao longo do filme).
Com poucos diálogos, as caras e bocas de Fassbender tratam de explicar os problemas de seu personagem. Os closes de McQueen geram repulsa e/ou pena. Dependendo de sua visão, pode gerar divertimento e/ou prazer. Fica a seu critério.
Fassbender é como um usuário de heroína atrás de seu shot. Nem sempre Brandon sabe como saciar seu vício, mas tem a certeza que deve satisfazer as necessidades de seu corpo o quanto antes. Não existe fórmula pronta ou uma solução para Shame. O final do filme provoca o espectador. Será que Brandon vai mudar? Ou será que o vício é mais forte que ele? It’s up to you.
NOTA: 7/10