The Two Faces of January (As Duas Faces de Janeiro, no Brasil) dá uma ótima primeira impressão: dois protagonistas bem apessoados, roteiro trabalhado a partir de uma história de Patricia Highsmith e a maravilhosa paisagem das ilhas do Mediterrâneo. Mas como primeira impressão não é tudo, o charme do filme fica de lado a cada minuto que passa, já que o roteiro sem rumo deixa o thriller sem forças.
Estamos em Atenas, no ano de 1962. O americano Rydal (Oscar Isaac), que trabalha como guia de turismo da região, fica impressionado com a elegância do casal Chester MacFarland (Viggo Mortensen) e sua jovem e bela eposa Colette (Kirsten Dunst). Ele oferece seus serviços aos dois, mas logo ele descobre que Chester deu calote em um grupo de poderosos e está mergulhado em dívidas milionárias, apesar de carregar consigo uma mala com milhares de dólares. Após um coletor ser morto por Chester, uma caça ao melhor estilo gato-rato começa entre o casal e a polícia. Como Rydal foi visto com Chester, ele passa a colaborar em troca de dinheiro – mas, aos poucos, sua situação fica cada vez mais difícil, já que Chester promete incriminá-lo a polícia caso seja pego. No subplot do filme temos o romance que se desenvolve entre Collete e Rydal, aos olhos do alcoólatra Chester, que passa a descontar sua insatisfação na bebida.
O ponto mais baixo do filme foi a péssima utilização de Kirsten Dunst, que, na maioria das vezes, aparece na cama ou sorrindo/chorando. O traço marcante do personagem de Viggo Mortensen me lembrou o sombrio Nikolai, de Eastern Promises (2007).
The Two Faces of January é um filme bonito e pode gabar-se por conta de sua ótima trilha sonora. A fuga da polícia busca explorar o visual deslumbrante, mas cansa o espectador facilmente. Não existe nenhuma novidade, nada que possa interferir a favor ou contra Chester. Seu relacionamento com Rydal toma o rumo esperado, tornando o final do filme bastante previsível. É então que toda a premissa fascinante a que somos expostos nos primeiros minutos vai perdendo fôlego. A caçada da polícia ao trio, que deveria ser espetacular, é mais um feijão com arroz que estamos tão acostumados a ver no cinema. O culpado do fracasso? Hossein Amini, diretor do longa e responsável pela adaptação do roteiro.
NOTA: 5/10
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