Se você pegar o roteiro de The Railway Man, não pode deixar de negar que a história por trás do longa de Jonathan Teplitzky é daquelas calibradas com o que a Academia gosta de premiar com o Oscar de melhor filme. Vamos lá: uma história de superação, dor, com um personagem principal bastante problemático com seu passado, uma boa atriz de suporte com paisagem e figurinos invejáveis.
Colin Firth interpreta Eric Lomax, um veterano da Segunda Guerra Mundial que ainda é atormentado pelas sombras da guerra. Quando era soldado, Eric (na mocidade interpretado por Jeremy Irvine) passou por duros momentos nas mãos de Takeshi Nagase, tradutor do exército japonês que insistia na tortura para descobrir os planos britânicos após sua tropa se render na Ásia.
Na prática, o resultado não ficou tão bom quanto o desejado. Tudo por conta que a história de Eric – que na prática é passada de forma lenta e pouco satisfatória ao espectador. O papel de Nicole Kidman, que interpreta a esposa do ex-soldado – é apenas de apoio (e bem restrito, por sinal, o que pode gerar alguma tristeza nos fãs da atriz). Os japoneses não receberam o longa com nenhuma empolgação e criticaram pela tentativa forçada de colocar todos os soldados nipônicos da Segunda Guerra como torturadores e maldosos.
A história real já foi alvo de um documentário do mesmo diretor, que traz a emocionante reconciliação de Lomax com o homem que lhe maltratou na guerra. Talvez seja a falta deste fator humano que deixe a desejar. A emoção que deveria tomar conta do público na última cena definitivamente não convence.
Pelo lado positivo, a trilha de David Hirschfelder é de primeira classe.
NOTA:7/10
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