Com o lançamento do terceiro filme da lucrativa franquia de Sylvester Stallone na porta, decidi trazer para os meus leitores minha crítica dos dois primeiros filmes da série.
The Expendables (Os Mercenários, no Brasil), é o tipo de filme que um estadunidense normal gosta: muita ação, tiros e explosões. Isto tudo aliado a um elenco de peso. Me lembro que no lançamento do longa, em 2010, parecia que Stallone estava lançando um manifesto para maior união dos atores das películas deste gênero. Juntar vários ícones da década de 1980 e 1990 certamente foi uma aposta que deu um resultado maior do que o esperado. Existia risco de virar um flop? Sim, mas o marketing do filme foi feito de maneira extremamente eficaz, seja nas redes sociais ou nas várias participações dos atores em entrevistas para emissoras do mundo todo (fica mais fácil dividir as tarefas quando se tem vários protagonistas, certo?).
Em meio a tantos pontos positivos, qual foi o grande pecado de The Expendables? A resposta é simples: a falta de renovação e a aposta em uma fórmula batida. Se comercialmente falando o filme foi um sucesso, seu roteiro é condenado ao fracasse desde o começo. Stallone assume o papel de liderança na pele do guerreiro Barney Ross, responsável por coordenar uma elite de mercenários que topam qualquer missão em troca de uma grande quantia de dinheiro. Eles são contratados por Trench (Arnold Schwarzenegger) para assassinar um poderoso ditador de uma pequena ilha da América Central, mas ao fazer o reconhecimento do local se deparam com uma realidade bastante intrigante. Lee Christmas (Jason Statham), Bao Thao (Jet Li) e o instável Gunnar Jensen (Dolph Lundgren) integram o elenco que também conta com uma excelente participação da brasileira Gisele Itiê (que apesar de sua beleza, não virou objeto sexual por nenhum segundo, algo extremamente positivo).
Uma coisa que sempre me chamou a atenção nos filmes destes atores é o que chamo de “esquema larger than life”, baseado quase sempre na invencibilidade dos que interpretam o “lado bom” do longa, ou, neste caso, aqueles que o espectador é convidado a se aliar. Quando Stallone e Statham destroem por conta própria a pequena ilha, fica claro que não existe competição nenhuma para os mercenários. Para sair desta zona de conforto, os roteiristas acabam utilizando elementos como uma morte inesperada ou até mesmo uma traição. Pensando muito mais na franquia do que no longa, o personagem de Lundgren até esboça virar as costas, mas tudo acaba bem no final. Certamente não é o que eu queria ver, mas este é apenas mais um capítulo da grande disputa entre críticos de cinema X fãs de filmes de ação deste tipo.
NOTA:3/10