Hollywood perdeu uma de suas grandes estrelas. Philip Seymour Hoffman era o tipo de ator que se encaixava em qualquer papel.
Com mais de sessenta atuações no cinema em uma carreira que durou vinte e três anos, Hoffman venceu o Oscar pela sua brilhante atuação em Capote (2005). Lembro-me que em 2007, enquanto procurava filmes no IMDB, achava curioso o fato deste senhor ter participado de tantos longas de primeiro nível. Pois é. Ele conseguia dar vida a personagens que tinham tantas diferenças de personalidade e ainda assim pareciam unidos pelo cativante sorriso de Hoffman, seja como Brandt (The Big Lebowski, 1998), Phil (Magnolia, 1999) ou Scotty (Boggie Nights, 1997).
Enquanto seus papéis em filmes de comédia trouxeram reconhecimento, ele decidiu dar um novo rumo a sua carreira no começo do novo milênio e passou a optar por filmes com roteiro mais sério. Após Capote, Philip apostou em papéis de maior destaque em The Savages (2007), no péssimo Before the Devil Knows You’re Dead (2007) e em Charlie Wilson’s War (2007), responsável pela sua segunda nomeação. No ano seguinte, sua atuação em Doubt (2008) lhe rendeu o prêmio de melhor ator pela NBR americana e outra indicação ao Oscar.
No ano passado torci muito para Hoffman levar o Academy por The Master (2013). Sinto-me honrado de fazer a avaliação da carreira deste grande ator e de poder dizer que vi quase toda sua filmografia de seus anos em Hollywood.
Uma carreira que prometia diversos filmes, diversos prêmios. Uma carreira interrompida pelas drogas. Em uma entrevista para o programa 60 minutes, o ator contou sobre seu vício: apesar de ficar limpo por um bom tempo, suas recaídas passaram a ser mais constantes nos últimos dois anos. Ele dizia que batalhava contra um demônio interno que mandava consumir tudo o que via pela frente.
Minha homenagem fica registrada na foto de abertura deste post. Lester Bangs, de Almost Famous (2000), meu personagem favorito interpretado por Hoffman.
Don’t let those swill merchants rewrite you!