Anos atrás, quando você lia o nome de Jean-Claude Van Damme em filme, seu cérebro se encarregava de estabelecer ligações com artes marciais e muita pancadaria. Ele foi um dos maiores atores do gênero ação da década de 1990, e seus filmes B arrastaram uma legião de fãs para os cinemas. Nas duas últimas décadas, com o avanço do mercado home video, JCVD tem participado de longas com muito pouco conteúdo. Já abordei isto aqui no site, mas cada vez fica mais claro que seu nome parece estar relacionado mais a fatores comercias do que com a ação propriamente dita. Swelter não me deixa mentir. Apesar de Van Damme ser anunciado como um protagonista, seu personagem é usado de forma bizarra. Os poucos diálogos afundam uma história que já começa condenada ao fracasso.
Que fique claro: tudo neste filme foi porcamente montado. Os cenários são péssimos, as vestimentas são precárias (na maior parte do filme os personagens vão usar a mesma roupa, apesar das história se desenrolar por vários dias), o roteiro é cheio de furos e a mistura de drama, ação e western chega a ser engraçada. O filme apresenta a história de um grupo de ladrões que busca recuperar os 10 milhões de dólares obtidos durante um assalto que acabou na prisão da maioria dos integrantes da gangue. Os bad guys chegam em uma pacata cidade e fazem dela um verdadeiro inferno. Para prender a atenção do público, vários clichês são atirados para o público, e o modesto xerife local vira vilão de uma hora pra outra. Isso sem mencionar a total falta de personalidade dos protagonistas, que agem como bonecos de vídeo game nas poucas cenas de ação (que na verdade parecem robotizadas com a falta de capricho das apressadas tomadas).
O mais triste (e cômico) é que os produtores compararam sua produção com três filmes de ponta: Reservoir Dogs, A History of Violence e High Plains Drifter. Caso tivessem em mente desde o primeiro dia de filmagens tomar um rumo um pouco mais humilde e fazer deste filme B uma produção simples mas com uma boa história, não tenho dúvidas de que Swelter seria bem melhor do que a encomenda. Mas vemos aqui mais um exemplo de como não se fazer um longa metragem.
NOTA: 2/10