Tomas (Gunnar Björnstrand) é um padre de um pequeno vilarejo que reza missas e investe em longos diálogos com os fiéis (apesar da pouca participação dos fiéis – na primeira cena do filme, apenas sete pessoas estão presentes no sermão). Sua fé é testada quando um homem com pensamentos suicidas passa a questionar Deus, muito pelo medo dos chineses lançarem uma bomba atômica (vale mencionar que o filme foi rodado um ano antes da Crise dos Mísseis de Cuba). Porque o criador do universo permitiria ver seu mundo destruído pelas mãos de seus criados?
Além da falta de fé do próprio padre, o longa trata de seus problemas pessoais, que vão desde a morte de sua mulher até o desejo de uma fiel em se casar com Tomas. O clímax do filme, sem dúvida, é o diálogo final sobre a interpretação da Paixão de Cristo: o questionamento sobre o sofrimento de Jesus encaixa perfeitamente com o que vimos ao longo de oitenta minutos (não quero ir adiante para não soltar um grande spoiler).