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Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile - Crítica do filme

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Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile – 2019

Ted Bundy. Assassino que já foi alvo de diversas publicações, documentários e filmes. Mas em Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile, o foco não é uma narrativa tradicional que busque uma cronologia dos crimes e de seus julgamentos, mas sim em um determinado ponto de vista sobre a personalidade cruel e doentia dele. O projeto dirigido por Joe Berlinger, no entanto, não foi consenso nos Estados Unidos, com críticas em torno de uma possível romantização de Bundy – algo que discordo veementemente.

Inspirado no livro de Elizabeth Kloepfer- ex-namorada de Ted Bundy (interpretado por Zac Efron) – a narrativa é construída em cima da visão da moça (interpretada por Lily Collins) durante a década de 1970, desde seu primeiro encontro com Ted até a visão de que ele era inocente e que um grande erro havia colocado-o na prisão.

Sobre a decisão de roteiro, entendo parcialmente as críticas recebidas. Mas seria absurdo desconsiderar a visão de Kloepfer – que realmente era apaixonada pelo rapaz e foi cega pelo amor e pela imposição do homem. Uma pessoa que diz que o filme não poderia ter sido produzido por discordar da forma como Elizabeth se relacionou com o assassino – além de abusar do anacronismo – segue uma linha de raciocínio que abraça um disparate enorme. Vale lembrar que o livro The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy foi utilizado por pesquisadores durante as últimas décadas justamente para provar o poder de dissimulação de serial-killers.

É óbvio que o filme acaba tomando uma série de decisões criativas questionáveis – especialmente na sumarização extrema de certos pontos da história real para condensar tudo em duas horas. O arco da história tem um toque de dinamismo e mistério. Quem tem uma leitura prévia sobre o tema sabe que Bundy é culpado, mas a indecisão de Elizabeth deixa no ar um traço de mistério que é bem aproveitado e desenvolvido.

Obviamente a atuação de Zac Efron chama muito a atenção. Ele domina o filme, tem uma desenvoltura extraordinária e mostra que atingiu plenamente seu objetivo de mostrar uma nova visão sobre a personalidade de Ted Bundy ao virar alvo central das críticas de opositores do longa nos Estados Unidos. Não tenho dúvidas que é o ponto alto de sua carreira, e poderia tranquilamente ser cogitado em alguma premiação da temporada pela qualidade do trabalho apresentado. Dito isso, Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile é uma opção de filme que não vem para ser referência no tema, mas sim um complemento. O longa foi adquirido pela Netflix nos Estados Unidos e pela Paris Filmes no Brasil. Terá seu lançamento no cinema em novembro.

NOTA: 7/10

IMDb

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