Shazam! chega aos cinemas para elevar o patamar do Universo DC nos cinemas. O filme dirigido por David F. Sandberg consegue balancear a diversão e o bizarro com uma história chamativa e com desenvolvimento elegante, especialmente quando comparado aos demais filmes do gênero. Neste sentido, o resultado não poderia ser outro: o longa prospera pelo excelente trabalho em torno do protagonista, com cenas hilárias que se sustentam pela leveza do roteiro.
Billy Batson (Asher Angel) é um garoto órfão que procura saber o que de fato ocorreu com sua mãe. Após passar por várias famílias, ele acaba na casa de Rosa e Victor Vasquez (Marta Milans e Cooper Andrews) – um casal da Filadélfia. Certo dia, o menino encontra o mago Shazam (Djimon Hounsou) – que procura alguém para dividir seus poderes mágicos. E com apenas uma palavra mágica, o menino vira um super-herói (Zachary Levi) – que ainda tem que analisar seu potencial e seus limites. Do mesmo modo, a história dá espaço para o diabólico Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong).
É comum nos filmes de super-heróis ver a contextualização do personagem e de sua história. Quem leu os quadrinhos sabe que isso poderia ser uma tarefa um tanto complicada para este filme, mas o roteirista Henry Gayden merece crédito pela simplificação que é justa com a criação de Bill Parker e C. C. Beck. A formulação do antagonista também é especial, não apenas para a sustentação deste filme, mas também para o futuro da franquia, indicando pontos que devem ser explorados no futuro.
Talvez o único ponto negativo de Shazam! esteja nas lutas que ocorrem na metade final da produção – seguindo o mesmo modelo, com pouca diferenciação. Neste sentido, ainda que tenha a ajuda de ótimos efeitos especiais, a produção parece se arrastar por mais de meia hora, com pouco progresso nos arcos narrativos propostos.
Mas os problemas não podem deixar de lado o fato de que Shazam! não é apenas o melhor filme da DC até agora, mas também uma das grandes produções de super-heróis dos últimos anos. É nítido que a produção sabe com perfeição o alcance e as limitações e por isso o filme não busca reinventar o gênero – apenas fazer algo novo e com um foco totalmente voltado para o que o personagem principal oferece. Neste ponto, a escolha de Zachary Levi não poderia ter sido melhor. O ator é competente e faz de forma satisfatória a transição constante do humor ao drama – comedido, mas existente, também demonstrando uma boa química com o jovem Angel. As piadas visuais se destacam e deixam o filme com bom apelo (mesmo com o rating PG-13), seja para velhos fãs dos quadrinhos ou jovens que aguardam muito por este lançamento.
Comentário em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=Qm4KgIJJ4hA
NOTA: 8/10