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RBG - Crítica do documentário

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RBG – 2018

Ruth Bader Ginsburg. A juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos conseguiu superar a barreira que geralmente afasta o público dos assuntos relacionados à lei para conquistar uma legião de fãs – e haters – tornando-se uma figura pública que é alvo de intensos debates diários, seja em noticiários ou mesmo em programas de humor. RBG, documentário de Julie Cohen e Betsy West propõe discutir a vida de Ginsburg, mesclando sua intimidade com os grandes casos de sua carreira.

Imagino o desafio de condensar uma proposta em apenas uma hora e quarenta minutos. Dito isto, considero extremamente positiva a forma como foi desenvolvida a narrativa para o público: menções sobre sua mocidade e seus estudos em Cornell e Harvard são feitas de forma sucinta, mas que dão a deixa para explorar o relacionamento dela com seu marido, Martin, e com suas filhas.

Sua ascensão na carreira, desde seus primeiros casos como advogada até sua entrada no circuito de Washington, por indicação com Jimmy Carter, também seguem a fórmula de tentar resumir o máximo de informações e transmitir ao público através de linguagem direta, seja com anotações na tela ou mesmo com frases proferidas por Ruth.

É óbvio que estamos falando de uma personalidade extremamente polêmica – e o documentário não esconde isso. Desde sua indicação (feita por Bill Clinton), em 1993, Bader aos poucos foi se consolidando como uma forte voz liberal na corte, especialmente após a aposentadoria de John Paul Stevens. Ainda assim, a abordagem é interessante: ao invés de tratar a rivalidade com Scalia a partir dos diversos confrontos na corte, por exemplo, a proposta é de aproximação e de mostrar que mesmo pessoas com pensamentos tão diferentes podem ter uma relação saudável e cordial.

A chave de RBG, no entanto, está na consolidação da juíza como principal nome na defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero nos Estados Unidos. A visão sobre o sucesso ou não da proposta é extremamente subjetiva, é claro, e depende muito de fatores externos, como estudo ou prévio conhecimento do público alvo sobre estes temas, etc.

Um dos bons documentários de 2018, RBG recebeu reconhecimento com diversas indicações em associações de críticos, menções em sindicatos e uma prestigiada indicação ao Oscar.

NOTA: 8/10

IMDb

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