Indicado ao Oscar de melhor documentário, Minding the Gap é um documentário com uma proposta diferente e original. Bing Liu começou a gravar seus amigos diariamente, com foco no skate diário. A partir do arquivo construído, o diretor busca tratar sobre uma série de tópicos comuns da adolescência, como amizade e companheirismo, para explorar então tratar sobre a vida particular de cada um de seus amigos – e também de seu próprio caso.
Talvez a única falha na concepção de Minding the Gap foi a de investir muito em um sentimento over the top – ou seja, querendo colocar cada cena como extremamente importante para a narrativa. Este ponto negativo é evidenciado com um bocado de tomadas genéricas, que parecem dramatizadas apenas para aquele momento da captação da cena – e estão presentes do início ao fim.
É preciso reconhecer, no entanto, que a excelente concepção criativa envolve o espectador. Sem dúvida este apelo foi essencial para o membro da Academia, que provavelmente sentiu o nível de discussão avançado por Liu.
Quando o laço de amizade entre os homens alvo deste documentário já está fortalecido perante o público, ocorre um gradual distanciamento do público para o privado, onde cada um partilha seus problemas: depressão e abusos, por exemplo, mostram a particularidade de cada caso. Assim como os amigos usam o skate como meio de socialização, o esporte também é válido para amenizar a dor e os problemas do cotidiano.
Avalio Minding the Gap de forma positiva, mas ainda assim aponto que é o documentário menos impactante da lista do Oscar 2019. Mas é interessante notar como o comitê abriu mão de favoritos da temporada para abraçar uma temática nova e que até então não era prestigiada pela Academia.
NOTA: 6/10
IMDb