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Memória da Dor - Crítica do filme

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La douleur (Memória da Dor) – 2017

La douleur (Memória da Dor, no Brasil) venceu a forte concorrência e será o candidato da França ao Oscar de melhor língua estrangeira em 2019. Tal seleção foi criticada por membros da comissão nacional pelo fato do filme ter recebido pouca atenção durante o lançamento no mercado local e de não receber boas avaliações nos festivais ao redor do mundo.

A ocupação de Paris pelos nazistas é alvo de interesse no cinema da França desde 1945, quando o cinema apoiado pelo governo gaullista buscava destacar a visão heroica da resistência. Com direção de Emmanuel Finkiel, também responsável pela adaptação do conto de Marguerite Duras, La douleur abraça este contexto para explorar o drama pessoal de Marguerite (Mélanie Thierry), escritora que viu seu marido, influente membro da Resistência, ser preso pela Gestapo. Ao buscar mais informações sobre o paradeiro do homem, ela acaba se aproximando de Pierre Rabier (Benoit Magimel), informante local que visivelmente tem interesse na moça.

Destaca-se a brilhante atuação de Thierry. É mérito do filme levantar a discussão sobre os traumas e as incertezas nos tempos de guerra, especialmente após o desfecho desta, considerando que muitos que se separaram de amigos e familiares lutam por informações e nutrem a esperança de que estes não tenham sido apenas um número das estatísticas de crimes dos nazistas.

O grande problema de La douleur está na forma como o desenrolar da história não consegue articular um fechamento que ressalte a relevância estrutural de tudo o que foi previamente apontado. A responsabilidade de chamar a história do Holocausto, por exemplo, é grande demais para suavizar com um passagem poética nas considerações finais.

A construção da personagem Marguerite, por sinal, acolhe alguns itens do texto de Duras, mas deixa um tom artificial de que sua dor pessoal pela falta de informação é maior do que a do próprio marido – inclusive uma referência direta é adotada no filme. A França ainda teria candidatos mais qualificados para apresentar neste ano, já que o adorado e favorito Doubles vies, de Olivier Assayas, não cumpriu o regulamento para concorrer a vaga para 2019. La Douleur, ainda assim, apega-se a temática que é popular na Academia para ao menos figurar na pré-lista.

* Festival do Rio 2019

NOTA: 5/10

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Memória da Dor
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