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Don't Worry, He Won't Get Far on Foot - Crítica do filme

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Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot – 2018

Com direção de Gus Van Sant e grande elenco, Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot é um tributo ao cartunista estadunidense John Callahan, falecido em 2010. Apesar da destacada atuação de Joaquin Phoenix – que mais uma vez prova que está vivendo o melhor momento de sua carreira – existem elementos que são posicionados como fundamentais para o desenvolvimento do roteiro que não são claros o suficiente (nem necessários, em uma análise mais cuidadosa), tornando a trama multidimensional, mas pouco objetiva.

Adaptado por Van Sant das próprias memórias de Callahan, o longa discute como o artista teve sua vida revirada aos 21 anos, após um acidente automobilístico lhe deixar tetraplégico. Figura popular nas ruas de Portland, Callahan também tinha graves problemas com o alcoolismo.

O brilhantismo de Phoenix está na sua versatilidade. Imagino que deva ser extremamente difícil interpretar um personagem como Callahan, seja pelo estilo de vida ou pelas enormes limitações. Com respeito e dedicação, o ator apresenta as transições na vida do cartunista de forma eficaz. A luta para recuperar os movimentos de uma mão, por exemplo, é uma construção minimalista.

O problema de Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot começa quando Van Sant decide abrir o filme para a apreciação do contexto no qual Callahan vive. A partir do momento em que a namorada de Callahan (Rooney Mara) entra na história, o roteiro perde seu dinamismo ao querer abraçar tantas outras vertentes.

É interessante notar o posicionamento do direitor, extremamente cauteloso. Callahan foi uma figura polêmica, e seus desenhos causavam espanto, ódio da mesma forma que arrancavam gargalhadas. Duas cenas foram feitas para tentar mostrar este viés divisivo da sociedade em relação ao artista, mas o filme não deixa clara a dimensão disto, talvez por respeito a imagem de um homem morto.

Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot consegue expressar ótimos tópicos sobre dificuldades, luta contra o vício e superação. Poderia ser um filme bonito para arrancar lágrimas do espectador, mas este não é o perfil de Gus Van Sant, que preferiu manter seu teor autoral com boas doses de humor. Mesmo com pontos positivos, lamento pela péssimo uso de Rooney Mara, uma das atrizes mais talentosas de sua geração.

NOTA: 6/10

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Don't Worry, He Won't Get Far on Foot
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