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Hereditário - Crítica do filme

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Hereditary (Hereditário) – 2018

Terror. Um gênero polêmico. Todos sabem que já existe uma receita – abusada nos limites extremos por Hollywood – para levar às telas produções de baixo nível que são montadas a partir de uma porção de sustos. Quando um filme como Hereditary (Hereditário, no Brasil) aparece, temos que aplaudir de pé a coragem dos produtores por investir em uma ideia original e especialmente do roteirista e diretor, Ari Aster.

A morte de sua mãe parece confortar Annie (Toni Collette). A idosa sofria vários problemas psicológicos – e tinha um passado recheado de intrigas. No entanto, após o funeral a residência da família parece mudar completamente. Coisas estranhas acontecem, símbolos aparecem. A pequena Charlie (Milly Shapiro), de treze anos, vê aparições e é a que mais sente a falta da avó. Após Charlie frequentar uma festa com Peter (Alex Wolff), uma nova tragédia atinge a família

Proponho ao leitor um rápido desafio: pense em uma cena marcante do gênero terror. É quase certo que mais da metade das pessoas pensem em O Exorcista. Isso pois este filme foi pioneiro em vários sentidos, desde construção do roteiro até a criação da cultura do susto através de um sentimento de pavor. Existem pelo menos duas cenas fortíssimas em Hereditary que, obviamente, causaram histeria coletiva nas salas de cinema ao redor do mundo. São elas que tem potencial para tornar Hereditary como um marco dentro do terror.

Toda construção simbólica em torno de Hereditary é interessante o suficiente para fazer com que o espectador assista ao filme mais de uma vez. Explica-se: são várias teorias, e temos uma narrativa de tão alto nível que obviamente podemos tentar captar mais detalhes para formular nosso próprio pensamento sobre o filme.

No mundo ideal,  Toni Collette seria reconhecida pelo trabalho de extrema competência. A realidade, no entanto, é que a maioria das premiações rejeita o terror – ainda que Get Out possa ter começado a mudar esta visão, ao menos em Hollywood. Uma indicação para a atriz já seria um marco, lembrando que ela foi nomeada anteriormente por The Sixth Sense. Reconhecimento também para a impecável trilha sonora, para o trabalho de montagem e para a fotografia, que tem participação nos memoráveis vinte minutos finais pelo uso perfeito da iluminação.

Sem dúvida um dos melhores filmes da história de seu gênero, o sucesso de Hereditary influenciará novos diretores e, não tenho dúvida, irá trazer aos filmes de terror produzidos a partir de agora um ar fresco que era necessário para remodelar as bases do terror no cinema. A partir de agora, todos os holofotes estão voltados para o diretor Ari Aster, que apresentará no próximo ano seu novo filme, Midsommar.

NOTA: 9/10

IMDb

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