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The Catcher Was a Spy - Crítica do filme

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The Catcher Was a Spy – 2018

Confesso que quase adicionei The Catcher Was a Spy na minha tradicional lista de filmes mais aguardados do ano. Imaginava que um projeto que resgatava como base um premiado livro biográfico escrito duas décadas atrás tinha um orçamento considerável para levar ao cinema uma história ainda hoje vista com mais perguntas do que respostas. Após um fraco lançamento em Sundance, no entanto, estava claro que o destino de The Catcher Was a Spy seria voltado para o home video e para o mercado de streaming.

Moe Berg (Paul Rudd) foi um jogador de baseball na década de 1930. Sem muito destaque dentro do esporte, os analistas da época ficavam encantados com o conhecimento do homem, que falava várias línguas e lia dez jornais por dia – fato que lhe gerou a alcunha de “homem mais inteligente do baseball”. Poucos sabiam que Berg também atuava como espião do OSS, agência de inteligência estadunidense do período – e ele aproveitou sua personalidade reservada para atuar em diversas missões junto ao governo.

Respeito Ben Lewin e suas decisões, mas a grande falha deste filme é não usar a persona criada por Berg durante sua vida para criar um laço enigmático com o espectador. A vida do jogador e intelectual foi alvo de muita polêmica desde a década de 1980 – quando começaram a investigar seu passado de forma mais ativa – e, ainda assim, observamos Paul Rudd seguir a cartilha de interpretação de um homem frio e calculista.

Existe também problemas com a contextualização – mas estes ficam em segundo plano tendo em conta a necessidade de conhecimento prévio da história de Berg. O que não entendi, tanto como crítico quanto como historiador, foi a decisão de Lewin de iniciar seu filme contando o principal episódio da vida do espião – que seria seu encontro com o renomado Werner Heisenberg, nazista apontado como cabeça do projeto nuclear alemão. Esse ‘spoiler’ acaba deixando irrelevante toda primeira parte do longa, que conta um pouco da sua carreira e de seus relacionamentos.

Fato que lamento também é o de melodramatizar o encontro de Berg e Heisenberg, que é alvo de um capítulo maravilhoso escrito por Nicholas Dawidoff no livro homônimo que é base deste filme. O elenco de apoio, que conta com nomes como Mark Strong, Sienna Miller, Jeff Daniels e Guy Pearce – é incrivelmente deixado de lado. Cada um dos citados tem pouco tempo de tela e não consegue desenvolver seus respectivos personagens dentro da trama, fato que interfere diretamente na qualidade do produto final.

Minha conclusão é que o problema de The Catcher Was a Spy tem nome: Ben Lewin. Mesmo com orçamento restrito, a produção era boa, o elenco era ótimo, a história tinha enorme potencial – mas o processo criativo da adaptação falhou, necessitando recorrer a clichês e ao melodrama. Uma pena.

NOTA: 5/10

IMDb

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