Dez anos atrás, The Strangers ganhou espaço nos cinemas ao propor um retorno do subgênero slasher. Apesar dos bons resultados de bilheteria e de home video, a franquia ficou estagnada em busca de um roteiro que pudesse atrair a atenção do público. The Strangers: Prey at Night (Os Estranhos: Caçada Noturna, no Brasil) – teoricamente marcaria a volta da saga, com planos para mais filmes no futuro. O problema, no entanto, é que o longa dirigido por Johannes Roberts ridiculariza as próprias diretrizes do terror.
A fórmula do filme é simples e eficaz. O problema está na distribuição e cadência do conteúdo. A premissa deste longa é colocar uma família em um local isolado com três maníacos sedentos por sangue. Seria espetacular ver na tela uma construção de um filme de terror que envolvesse de fato o público, seja pela história, pela trilha utilizada para gerar tensão ou mesmo pelo medo dos antagonistas.
O que ocorre em The Strangers: Prey at Night, no entanto, é resultado de anos de abuso da mesma fórmula: temos plena convicção do que iremos testemunhar na sequência, de modo que o filme pede força e os instrumentos narrativos utilizados para gerar surpresas acabam, na verdade, jogando contra o próprio roteiro. É difícil acreditar, por exemplo, que nenhuma das quatro pessoas da família carregasse um celular consigo no bolso – que já solucionaria o conflito que desencadeia a caçada dos assassinos.
Além disso, o filme tem um tempo de rodagem curto (cerca de 85 minutos) mas torna-se cansativo na medida em que o instante decisivo torna-se desnecessário: ao menos em quatro ocasiões diferentes os protagonistas têm em mãos a possibilidade de virar o jogo, ou pelo menos criar empecilhos aos vilões. No entanto, os clichês acabam tomando lugar.
Nem mesmo a fotografia, que tenta abusar do escuro para emular tensão e desespero, consegue entregar o mínimo de credibilidade. O que mantém filmes como este no mercado é a grande procura do público e a subsequente facilidade de distribuição internacional que gera grande receita para um investimento modesto.
NOTA: 2/10