Escape Plan tornou-se uma franquia graças ao sucesso inesperado do filme de 2013, que conseguiu bons números de bilheteria e teve um destaque extremamente positivo no home video. Escape Plan 2: Hades, no entanto, é o tipo de longa que chamamos na indústria de caça-níquel. O roteiro é construído de tal forma que os dois atores principais (Sylvester Stallone e Dave Bautista) se apresentam apenas em cenas decisivas – sem qualquer progressão aceitável de seus personagens, o que embaralha totalmente a história.
O primeiro Escape Plan trazia Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Os ícones do gênero ação na década de 1980 estavam reunidos – e tenho convicção que isso despertou o interesse do público. Em Hades, a presença de Arnold é substituída por Bautista, que ainda busca seu espaço como ator de ponta em Hollywood. Ray (Sylvester Stallone) lidera uma equipe especializada em segurança. Quando Shu (Xiaoming Huang) e seu primo, o visionário Yusheng (Chen Tang) são sequestrados e enviados para uma prisão de segurança máxima chamada Hades – comandada pelo Zookeeper (Titus Welliver), os dois tentam escapar do local ao mesmo tempo que Ray chama seus empregados – Abigail (Jamie King), Hush (50 Cent), Luke (Jesse Metcalfe) e Trent (Dave Bautista) – para cumprir a missão.
Hades, por incrível que pareça, oferece ideias interessantes para serem exploradas em outros filmes de fuga de prisão. Me interessou muito, por exemplo, toda a discussão feita em torno do design e da construção do local – fato que poderia ter sido melhor abordado. É compreensível que a qualidade de um filme B focado no home video seja questionável, mas isso não isenta de culpa o diretor Steven C. Miller, que não consegue criar uma cena forte. Muito pelo contrário, o único clímax do filme ocorre justamente para anunciar que a franquia deve retornar em breve (em Escape Plan 3: Devil’s Station). A maior surpresa, no entanto, está na forma como o roteirista Miles Chapman decidiu mudar brutalmente o eixo narrativo do primeiro para o segundo filme, focando ainda mais em questões desnecessárias e que não acrescentam nada no desfecho final.
Espero que Syl e Chapman consigam absorver as críticas para construir um filme bem mais forte e que esqueçam completamente da fórmula proposta em Hades.
NOTA: 2/10