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Paterno - Crítica do filme com Al Pacino

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Paterno – 2018

Oito anos atrás, o diretor Barry Levinson fez uma parceria de sucesso com a HBO e com Al Pacino no filme para a TV You Don’t Know Jack – que venceu praticamente todos os prêmios possíveis, como Globo de Ouro, Emmy e Sindicato dos Atores. Tanto Levinson como Pacino tem carreiras consagradas e na última década mostraram-se muito mais dispostos a trabalhar na televisão, com ótimos acertos (Pacino também estrelou o bom Phil Spector enquanto Levinson produz várias séries e recentemente apresentou The Wizard of Lies). Sabendo que a HBO lança pelo menos um grande filme por ano, seria óbvio que o projeto em torno da figura de Joe Paterno poderia render ótimos frutos a todos os envolvidos, seja pela imensa repercussão do caso quanto pela fórmula de sucesso que garantiria um investimento que posicionaria esta produção como a principal do estúdio em 2018, o que de fato ocorreu.

Paterno trata de um episódio recente que foi alvo de enorme polêmica nos Estados Unidos. Considero, ainda assim, que a visibilidade de Joe Paterno é restrita aos EUA por conta da pouca abrangência e publicidade do futebol universitário fora do país. Ao contrário de outras empreitadas, este filme é praticamente voltado ao público estadunidense e tenta mostrar uma espécie de acerto de contas entre personagens que tiveram pouquíssimo tempo para o desenrolar de uma história que ainda é alvo de questionamentos – e o filme vem para multiplicá-los, por sinal.

Apesar de dar um contexto geral muito superficial – compreensível caso a explicação acima seja aceita – peço licença para uma rápida introdução geral. Joe Paterno (interpretado por Al Pacino) foi um dos maiores treinadores da história do futebol americano universitário. Com um legado intocável no esporte, comandou Penn State durante cinco décadas, o que lhe rendeu o status de lenda vida do esporte com indicações ao Hall da Fama, uma estátua na universidade e um forte culto e respeito dos atletas. A produção dirigida por Levinson trata, no entanto, do período mais complicado de sua trajetória de vida: em 2011, Paterno foi envolvido em um escândalo e foi acusado de acobertar os estupros cometidos pelo seu auxiliar, Jerry Sandusky, que atacava crianças na faixa dos dez anos de idade.

Al Pacino tem uma carreira de altos e baixos, mas sua qualidade é indiscutível. Em Paterno, Pacino dá uma aula de atuação graças a envolvente narrativa de Levinson, que coloca em questão a discussão de um personagem do cotidiano da universidade que ganhou fama nacional e que parecia intocável. Neste sentido, a história é construída como uma espécie de “decadência dirigida”, já que a omissão do próprio Paterno perante a opinião pública em momentos sensíveis acaba colocando em jogo sua reputação – e ele sabia disso. O câncer do treinador, motivo de sua morte alguns meses depois do escândalo, corre em segundo plano e é uma complementação válida para tentar elucidar seu comportamento perante a imprensa.

Mais um excelente filme da HBO que deverá brigar pelo Emmy, Paterno tem tremendo potencial para mais uma vez conscientizar os jovens sobre abusos cometidos dentro deste tipo de ambiente, trazendo boas análises sobre legados de vida e impunidade.

NOTA: 7/10

IMDb

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