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Aniquilação - Crítica do filme da Netflix Annihilation

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Annihilation (Aniquilação) – 2018

Ao escrever a introdução de Guia de Cinema 2017 – livro que será lançado em breve – apontei a distribuição diversificada de filmes como uma estratégia viável para conciliar a disputa entre as redes de cinema e os serviços de streaming. Annihilation (Aniquilação, no Brasil) é o primeiro filme de grande porte lançado no cinema nos Estados Unidos com lançamento posterior, no resto do mundo, por uma gigante do streaming (Netflix, no caso). Confesso que sou um grande fã da trilogia Southern Reach, de Jeff VanderMeer, e fiquei extremamente feliz pela sua adaptação as telas, especialmente com os cuidados de Alex Garland, um dos melhores nomes para adaptar o roteiro pela sua paixão no gênero. O resultado do filme me surpreendeu ainda mais: Garland não tomou o caminho fácil: seguiu a obra de VanderMeer com maestria, deixou laços e questões abertas para o desenvolvimento da franquia.

Obviamente considero que qualquer noção mais aprofundada sobre o filme deva ser discutida com o aviso de spoilers, até para alertar o leitor que existe consideráveis surpresas – mesmo para quem leu a obra base – que devem ser descobertas pelo filme, e não pelas críticas.

O filme trata sobre uma bolha enigmática que toma conta da costa estadunidense – a chamada Área X. Lena (Natalie Portman), é bióloga e acadêmica e não recebe notícias de seu marido, o militar Kane (Oscar Isaac). Ainda em estado de luto, considerando que o governo nunca tenha se pronunciou oficialmente sobre o caso, certo dia Kane volta para casa como se nada tivesse acontecido. Pouco depois é levado ao hospital por conta de hemorragia e paradas respiratórias, mas a ambulância é interceptada pelo governo. Logo fica claro que Kane participou em uma das diversas expedições que tentaram solucionar o enigma da área X mas foi o único que havia retornado. Pressionada para buscar resolver o mistério que envolve seu marido, Lena decide entrar na Área X junto de Ventress (Jennifer Jason Leigh), chefe da missão, Cass (Tuva Novotny), Josie (Tessa Thompson), e Anya (Gina Rodriguez), mesmo sabendo das remotas possibilidades de retorno.

Por ser um filme que será alvo de discussões em rodas de amigos e na família – até pela facilidade de acesso oferecida pela Netflix – tenho certeza que várias questões que circulam a narrativa acabam gerando polêmica. Garland presta homeangens a Alien e The Thing na forma como conduz seu filme. Também foi ótimo notar a excepcional naturalidade com que o elenco feminino foi designado para uma missão de risco – deixando de lado uma dinâmica extremamente machista da década de 1960 – e vigente na cabeça de muitos roteiristas até hoje – da mulher frágil que depende dos homens para obter sucesso. Neste sentido, a atuação de Portman é incrível. Desde a primeira cena existe um afastamento e frieza que aos poucos é compreendida, da mesma forma que Isaac mantém uma postura robótica durante todo o filme (que é explicado na conclusão).

Acredito que a experiência completa do filme é desfrutada com o pleno conhecimento da obra base, mas como sei que essa não é a realidade, ressalto que o título “Aniquilação” é vital para a compreensão, ainda que o autor ofereça espaço para interpretações puramente subjetivas, respeitadas por Garland. O impulso humano para destruir coisas sólidas – a autodestruição – é alvo da fala mais importante do filme. A partir dela entendemos os flashbacks que mostram que Lena traia seu marido do mesmo modo que entendemos o motivo pelo qual Kane tratou sua esposa de maneira atípica durante sua despedida para ir para a Área X. Este impulso da destruição, portanto, pode ser relacionado com tumores e com a transformação, duas palavras constantemente citadas por Lena que acabam ganhando sentido fora de suas aulas para entender o contexto geral e o próprio passado dos personagens.

Sinto muito pelo fato de o lançamento nos cinemas estar restrito aos Estados Unidos. Annihilation deveria ser apreciado obrigatoriamente numa sala de cinema, tamanho o nível de detalhe e cuidado com a fotografia. No streaming – e, posteriormente, no home video – ainda é possível se deslumbrar com o mundo misterioso de VanderMeer aos olhos de Garland. Obrigatório neste começo de ano, Annihilation é uma surpresa muito agradável. Apesar de discordar fortemente da estratégia comercial da Paramount e da produtora, reconheço que é um nome que acrescenta muito dentro de seu gênero e deve ser visto como um ótimo parâmetro para adaptação nos tempos atuais.

https://www.youtube.com/watch?v=gSMCCHYGpf8

NOTA: 9/10

IMDb

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