DeKalb Elementary – O primeiro filme da lista de curtas deste ano tem seus 21 minutos rodados em real time, o que dá uma sensação de desenvolvimento interessante. Cassandra (Tarra Riggs) trabalha como assistente em uma escola e vira refém quando um atirador (Bo Mitchell) entra no local com um rifle semi-automático. O diálogo entre os dois é bastante convincente e cria um clima de suspense positivo. Os colegas estadunidenses colocam este filme como favorito ao prêmio, mas penso que os membros da Academia podem desejar algo mais politizado, especialmente tendo em conta o recente ataque que ocorreu na Flórida. NOTA: 7/10. IMDb
The Eleven O’Clock (foto) – O curta de Derin Seale rodou por vários festivais ao redor do mundo com ótima recepção. Deliciosa comédia com apenas treze minutos, mostra um dilema entre um psiquiatra e o seu “paciente das onze horas”, que acredita que também é um psiquiatra. Recheado de piadas, mantém um nível de surpresas crescente que torna a exibição leve. Meu curta favorito do gênero comédia desta década. Realmente espero que a equipe possa fazer um longa a partir desta ideia, que é muito boa. NOTA: 8/10 IMDb
My Nephew Emmett – Este é o curta que rodou por vários festivais (só que dentro dos EUA). O diretor Kevin Wilson Jr. foi premiado no último ano com o prêmio estudantil da Academia por este projeto – e o branch de curtas gostou tanto desta produção que nomeou ao Oscar. Difícil um reconhecimento duplo desse nível, que indica que esta produção está na disputa direta pelo Oscar. No dia 28 de agosto de 1955, Mose Wright (L.B Williams) tenta proteger seu sobrinho, Emett Till (Joshua Wright), de uma dupla de supremacistas – caso simbólico nos Estados Unidos. Sem dúvida alguma é a produção que tem o pensamento técnico mais desenvolvido dentre os indicados deste ano, com uma fotografia marcante e um trabalho de sombras que explora o drama e a incredulidade. Apresenta um forte posicionamento e a consciência que falta para DeKalb, por isso acredito que seja o favorito ao Oscar. NOTA: 8/10 IMDb
The Silent Child – É o curta que até a década passada seria o favorito do branch, por explorar um drama existencial marcante e, dentro de suas possibilidades, sólido. Por este motivo foi o curta mais premiado de 2017. A história trata sobre uma menina surda que não mantém uma vida normal na sociedade pela falta de iniciativa e de reconhecimento de sua deficiência pelos seus pais. Aos poucos tudo começa a mudar quando a menina cria um elo de ligação com sua professora de linguagem de sinais. A mensagem final é bonita, mas senti que o curta não consegue manter uma estabilidade narrativa durante seus vinte minutos de rodagem NOTA: 7/10 IMDb
Watu Wote/All of Us – Assim como Mu Nephew Emmett, este curta venceu o prêmio estudantil da Academia, na categoria de estrangeiros. A produção dirigida pela alemã Katja Benrath também tem uma forte questão política. Baseado em uma história real ocorrida na fronteira do Quênia com a Somália, o curta mostra Jua (Adelyne Wairimu), mulher cristã que está em um ônibus lotado de muçulmanos. Quando os terroristas da Al-Shabaab param o ônibus para assassinar os cristãos presentes, Jua conta com a solidariedade para sobreviver. Watu Wote é o tipo de curta que tem poucos diálogos e que tem sua narrativa marcada pela violência das ações cometidas. NOTA: 7/10 IMDb
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