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Curtas de animação indicados ao Oscar 2018 - Crítica

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Curtas de animação indicados ao Oscar 2018

A lista dos curtas de animação indicados ao Oscar neste ano provavelmente é a mais surpreendente da história desta categoria, já que o comitê privilegiou quatro produções com menos de sete minutos de duração e apenas uma produção de meia hora (geralmente esse número é bem equilibrado).

Mesmo com ótimas opções, fico chateado por observar que os curtas indicados não tem visibilidade fora dos EUA e de parte da Europa – e nada é feito para mudar tal situação. Mas quem tiver a chance de conferir o programa de curtas não irá se arrepender. Vamos aos indicados.

Dear Basketball – Foi o curta de animação mais comentado na internet durante 2017. Dirigido por Glen Keane e feito e renderizado em lápis pastel, a produção homenageia a carreira de Kobe Bryant, um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. É um poema de amor no qual o próprio Bryant agradece ao basquete por mudar sua vida e por lhe dar tantas alegrias. Com cinco minutos de duração, tem trilha de John Williams. É o franco favorito ao Oscar dessa categoria – e só perde o prêmio caso o movimento #MeToo consiga influenciar os membros da Academia a não votar neste curta por conta da acusação de abuso sexual contra Bryant, em 2003. Vencedor do prêmio Annie. NOTA: 7/10. IMDb

Garden Party (foto) – Acredito que a indicação ocorreu por conta do impressionante trabalho de CGI desta produção francesa, apresentando uma animação foto-realista extraordinária. Durante seus seis minutos de exibição, acompanhamos um grupo de sapos em uma mansão. Existe um humor sutil (e surpreendente) na interação dos sapos neste habitat. Com uma equipe de seis diretores, ainda existe tempo para uma breve abertura na narrativa que questiona o motivo da mansão não ter nenhum humano ao redor. Surpreendente! NOTA: 7/10. IMDb

Lou – Sou fã das produções Pixar. Tenho certeza de que o impacto causado pelo estúdio no cinema será discutido no próximo século pelos historiadores e acadêmicos da área. Existia uma noção de que a Pixar jamais produziria algo ruim (desculpas foram encontradas para justificar a insistência na série Carros após o lançamento do segundo filme), mas o estrondoso fracasso de The Good Dinosaur tratou de enterrar tal falácia. Digo isto pois acredito que Lou, é, disparado, o pior curta de animação da história da Pixar – e ainda assim ganhou uma nomeação – o que mostra como a gigante da animação, mesmo entregando um produto inferior, ainda não tem nenhuma competição no meio. No curta, sem diálogos, a ação ocorre no pátio de uma escola, onde os itens guardados na caixa dos achados e perdidos decidem dar uma lição ao bully que atormenta as crianças no intervalo. Obviamente não é necessário questionar a qualidade da produção, mas não existe nada surpreendente na mensagem final. NOTA: 5/10. IMDb

Negative Space – Anos atrás um curta como Negative Space provavelmente não teria espaço na lista final. O belo trabalho stop-motion da Ikki, premiado ao redor do mundo, encanta e deixa uma impressão extremamente positiva.  É o meu favorito dessa lista e corre por fora na disputa do Oscar. Adaptado de um poema de Ron Koertge e com uma excelente trilha, o curta destaca o ritual de fazer as malas de um pai e um filho, e como isso impacta no cotidiano. Linda produção e história forte. NOTA: 8/10. IMDb

Revolting Rhymes – Único curta com duração considerável (30 minutos), o projeto tem uma curiosidade: originalmente com uma hora de rodagem, foi dividido em dois episódios para conseguir rodar nos festivais de curtas. Como estreou apenas em dezembro de 2016, os produtores conseguiram encaixar a primeira parte do curta na janela do Oscar, fato que comprovou ser acertado. Adaptado do livro homônimo escrito por Roald Dahl e ilustrado por Quentin Blake, a animação é madura e seria a opção “mais adulta” entre os nomeados da categoria neste ano. Branca de Neve está de luto pela morte da sua mãe. Enquanto seu pai, o Rei, busca uma nova companheira, Branca cria uma amizade com Chapeuzinho Vermelho, que vive humildemente em um vilarejo próximo. A paródia tem seu ponto alto na utilização do Lobo Mau (voz de Dominic West) para transitar entre outros contos clássicos como João e o Pé de Feijão, Cinderella, Fada-madrinha e Os Três Porquinhos. Ainda assim, esta primeira parte torna-se incompleta sem analisar sua sequência, e essa decisão de nomear um curta assim me surpreendeu, já que este comitê raramente fez isso.  NOTA: 7/10. IMDb

 

 

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