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Wonder Wheel (Roda Gigante) - Crítica do filme

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Wonder Wheel (Roda Gigante) – 2017

Woody Allen. Sua tradicional abertura, com os créditos posicionados de forma que tomem conta da tela e prendam a atenção do espectador logo no início. Uma agradável trilha sonora (neste caso, a ótima música Coney Island, dos Mills Brothers). A primeira cena geralmente dita o tom do filme. Em Wonder Wheel (Roda Gigante, no Brasil), não é diferente. O lendário diretor de fotografia Vittorio Storaro capta a incrível gama de cores de Coney Island na década de 1950. Algo poderia dar errado? Pois bem, a resposta é sim. Allen entrega em Wonder Wheel um trabalho mediano que não terá nenhum destaque na análise futura de sua filmografia. Apesar de engatilhar uma boa trama, a conclusão e a falta de cuidado com os subplots interfere diretamente no resultado final, que não consegue sustentar nem metade das expectativas geradas.

Ginny (Kate Winslet) é uma garçonete que vive um casamento infeliz com Humpty (Jim Belushi). Além de viver em um sobrado dentro de um parque de diversões, que potencializa sua enxaqueca, ela passa por outros dois problemas: seu filho, Richie (Jack Gore) tem fascinação pelo fogo, que coloca em perigo várias pessoas pelo fato de criar incêndios ‘improvisados’. E Carolina (Juno Temple), filha do primeiro casamento de Humpty, acaba de voltar para casa após denunciar ao FBI seu ex-marido, membro da máfia.

A perspectiva inicial é muito boa. Temos um narrador, Mickey (Justin Timberlake), que diz estudar mestrado em literatura e atua no verão como salva vidas na praia, que quebra frequentemente a quarta parede de forma bastante satisfatória.

A partir do estabelecimento do eixo narrativo geral, no entanto, as coisas começam a piorar. Um triângulo amoroso mal resolvido, problemas de Richie mal resolvidos e até mesmo o cotidiano de Ginny e Humpty deixam claro a falta de polimento do roteiro, que parece ter sido gravado em sua primeira versão, com diálogos refinados demais para humildes trabalhadores da Nova York dos anos 50.

Em geral as atuações são boas, com destaque para Winslet. Os paralelos entre o personagem de Timberlake com Eugene O’Neill infelizmente não são bons o suficiente – a inspiração para o (melo)drama e até mesmo a citação direta a ele não esconde a deficiência do narrador de carregar a história nas costas.

Não me surpreende notar que a Amazon abandonou Wonder Wheel logo após a péssima recepção nos Estados Unidos. Infelizmente o longa foi condenado pelo próprio Allen, que comercializou um filme muito mais pretensioso do que seu potencial.

NOTA: 6/10

IMDb

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