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Lady Bird: É Hora de Voar - Crítica do filme

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Lady Bird (Lady Bird: É Hora de Voar) – 2017

Greta Gerwig é um dos grandes símbolos do cinema independente nos Estados Unidos atualmente. A atriz, diretora e roteirista tem uma visão clara de cinema e escolhe bem seus projetos. Sua filmografia é invejável e esbanja qualidade. Lady Bird (Lady Bird: É Hora de Voar, no Brasil) é apenas seu segundo projeto como diretora, mas mostra evolução e maturidade quando comparado a Nights and Weekends (2008), seu primeiro desafio como realizadora.

Christine McPherson (Saoirse Ronan) é uma adolescente peculiar: com opiniões fortes, tem grande senso de liderança e deixa claro seu desejo de sair de Sacramento para estudar em uma universidade na costa leste. Ela prefere ser chamada de Lady Bird, mas a realidade muitas vezes não soa de acordo com seus desejos: seus planos como atriz são frustrados dentro do próprio colégio, já que não consegue destaque nas peças teatrais; Yale torna-se impossível por conta de suas notas. Para completar, a relação de Lady Bird com sua mãe, Marion (Laurie Metcalf) é extremamente ríspida por conta do choque de duas personalidades fortes.

Gerwig transporta seu espectador para 2002. Sua ideia foi criar um filme memória, que certamente despertará lembranças nas pessoas que tiveram seus anos de juventude na década passada, em um efeito bem semelhante a Boyhood. A grande diferença é que testemunhamos boa parte do ano de Lady Bird, compreendendo suas frustrações – seja no campo pessoal ou amoroso. Saoirse Ronan, em uma atuação memorável, caminha entre o drama e a comédia com uma facilidade incrível, demonstrando seu potencial e talento – que tem tudo para ser coroado com vitórias no Globo de Ouro e no Oscar.

Um fator que torna Lady Bird especial está na excelente estruturação dos arco narrativos. A vida de Bird poderia ser considerada monótona, já que suas preocupações vagam entre escola e futuro, mas temos uma gama tão rica de personagens que em nenhum momento o filme deixa o espectador entediado – muito pelo contrário. Os recortes classificados por Gerwig como “semi-biográficos” contam a relação de Bird com sua melhor amiga (Beanie Feldstein), com a garota mais popular da escola (Odeya Rush) e com seus flertes, um músico (Timothee Chalamet) e um cristão com problemas de identidade (Lucas Hedges).

Lady Bird vem conquistando com extremo merecimento uma coleção de respeitáveis prêmios ao redor do mundo. Espero que a distribuição internacional seja tão boa quanto nos Estados Unidos para que o maior número de pessoas possível tenha acesso a este ótimo filme que merece destaque.

NOTA: 9/10

IMDb

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