Após o vexame da temporada de verão nos Estados Unidos – com péssimos lançamentos e bilheteria muito abaixo do esperado – finalmente estamos na reta do Oscar. A partir de outubro começamos a receber screeners e temos garantia de pelo menos um grande lançamento por semana até meados de janeiro.
Neste tópico pretendo explorar um pouco mais sobre a promoção dos principais estúdios (o chamado push para o Oscar).
Apesar da esperança que tenho com The Greatest Showman (de Michael Gracey), não tenho dúvida alguma que todo o foco da FOX está em The Post, de Steven Spielberg. Dramas políticos são bem recebidos por Hollywood e Spielberg é um dos favoritos da Academia.
Mais uma vez comprovando seu crescimento, a A24 apresenta ótimos nomes. Acredito que dois terão cuidado especial: Florida Project, de Sean Baker, e Lady Bird, de Greta Gerwig. Ambos foram aplaudidos em Toronto.
A Focus não esconde que Darkest Hour, de Joe Wright, é seu carro chefe na temporada. A promoção deve ocorrer especialmente em torno de Gary Oldman, franco favorito ao Oscar de melhor ator. A SPC segue a mesma postura, com investimento voltado para Call Me by Your Name (foto), de Luca Guadagnino.
A Warner dividirá seus esforços com Blade Runner 2049 e Dunkirk. Ambos tem enorme potencial para disputar todas as categorias técnicas, com chances reais de vitória na maioria, por sinal.
Mother! é uma incógnita para a Paramount. Ninguém sabe o quanto a recepção negativa nas bilheterias afetará a campanha do filme. Por isso, o plano é abraçar Downsizing, de Alexander Payne.
Entre as novas gigantes, situações diferentes. A Netflix investirá na promoção de Mudbound, comprado em Sundance e que terá lançamento estratégico em novembro. O filme de Angelina Jolie, First they Killed my Father, disputa o Oscar estrangeiro. Já a Amazon apresenta três nomes: Wonderstruck, de Todd Haynes, perdeu força com a antecipação de seu lançamento para outubro após inesperadas críticas Telluride. Last Flag Flying, de Richard Linklater, foi recebido pelos críticos que acompanharam a estreia do filme no New York Film Festival de maneira fria. Por conta disso é provável que o foco fique em Wonder Wheel, de Allen.
Em profunda crise, a Weinstein Company já tem o maior vexame da temporada até aqui: The Current War, de Alfonso Gomez-Rejon, outrora com potencial para buscar o Oscar de melhor filme, sofreu uma avalanche de críticas negativas em Toronto. Ainda assim, a companhia bancou o lançamento do filme em janeiro de 2018 para não ficar sem nenhum nome na janela do Oscar. É provável que Wind River, de Taylor Sheridan, tenha prioridade da Weinstein na temporada de premiações.
Quem tem em mãos a maior surpresa da temporada, no entanto, é a Fox Searchlights. Three Billboards Outside Ebbing, Missouri – de Martin McDonagh – consolida-se como o filme independente mais relevante do ano. Isso diminuirá substancialmente as chances de Battle of the Sexes.