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Me Chame pelo seu Nome - Crítica do filme

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Call Me by Your Name (Me Chame pelo Seu Nome) – 2017

Call Me by Your Name (Me Chame pelo Seu Nome, no Brasil) é um dos filmes mais aguardados de 2017. Os motivos são simples: adaptado do premiado livro de André Aciman e dirigido pelo excelente Luca Guadagnino – um dos grandes nomes dessa nova geração do cinema italiano – o filme constrói com perfeição o romance na tela do cinema, com um continuidade extremamente sólida e com atuações maravilhosas.

Norte da Itália, 1983. Elio (Timothee Chalamet), jovem de 17 anos, passa boa parte do verão transcrevendo músicas, lendo e fumando com deitado sob o forte sol. Sua rotina muda brutalmente quando Oliver (Armie Hammer) chega na residência da família de Elio para finalizar sua pesquisa de doutorado com o pai do rapaz (Michael Stuhlbarg). Americano e com um padrão estético destacado, Oliver chama a atenção de todos no pequeno vilarejo – e aos poucos desperta uma incontrolável paixão em Elio.

Luca Guadagnino sempre acerta quando investe romances na sua terra natal. Io sono l’amore (2009) foi um dos melhores filmes italianos da última década, e A Bigger Splash só não teve sucesso maior pela incompetente distribuição internacional. Também deve se mencionar que  Guadagnino é o tipo de diretor que mira um público adulto e maduro, expressando com naturalidade o amor entre Elio e Oliver, não deixando espaço para preconceitos. Neste ponto, aliás, é extremamente importante salientar que Call Me by Your Name é muito mais do que um “filme gay”- produções que geralmente têm comercialização limitada e giram pelos festivais ao longo do mundo. É uma experiência de amor que prende a atenção e ganha força a partir da exploração do proibido (reconhecido pelos próprios protagonistas) com a sensualidade.

Cuidado com os detalhes também é uma marca registrada de Guadagnino. O trabalho artístico em torno do filme é espetacular – sem sombra de dúvida um dos melhores dos últimos anos. Tanto a maquiagem quanto as vestimentas resgatam a essência da década de 1980 – comprovada ainda pelas bicicletas características do período ou pelos populares carros italianos que faziam sucesso naquela época.

A beleza narrativa do filme ganha vida com a perfeita fotografia de Sayombhu Mukdeeprom, que faz da exuberante paisagem uma aliada vital para criar a atmosfera desejada pelo diretor.

Call Me by Your Name, por fim, torna a arte como objeto de discussão para criar sua própria arte. História, literatura e música são temas centrais que rondam o  filme e que não deixam o romance de Oliver e Elio ficar monótono. Impecável produção que consolida a carreira de Guadagnino.

* Festival do Rio 2017

NOTA: 9/10

IMDb

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