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O Zoológico de Varsóvia - Crítica do filme The Zookeeper's Wife

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The Zookeeper’s Wife (O Zoológico de Varsóvia) – 2017

The Zookeeper’s Wife (O Zoológico de Varsóvia, no Brasil) seria lançado no final de 2016 – mas foi adiado pela Focus Features pelo fato de não ser ‘produto para Oscar’, ao contrário das expectativas iniciais. Por conta da minha formação acadêmica na área da história, fiquei extremamente preocupado: será que a diretora Niki Caro havia estragado uma história extremamente relevante e emocionante, que poderia ser usada como ponte para estudos avançados sobre temas complexos como o Holocausto? Essa questão rondou meus pensamentos até os minutos iniciais do filme, quando entendi perfeitamente a justificativa da Focus para o adiamento.

Adaptado do poderoso livro homônimo de Diane Ackerman (que recomendo fortemente a leitura), a história mostra como Jan Zabinski (Johan Heldenbergh) e sua esposa, Antonina (Jessica Chastain), abrigaram centenas de pessoas perseguidas pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial no zoológico de Varsóvia. O antagonista é Lutz Heck (Daniel Brühl), principal zoólogo do Terceiro Reich.

The Zookeeper’s Wife não é um filme ruim. O grande problema está na forma como é conduzida a questão temporal do filme. O dia 1 de setembro de 1939 foi marcante na capital polonesa por conta do ataque surpresa alemão – e a destruição do zoológico, contada com detalhes no filme, toma um tempo de tela extremamente curto. Com a necessidade imposta pelos produtores de Hollywood de gerar filmes com no máximo duas horas de rodagem, vários detalhes acabam sendo cortados – e por isso não coloco toda a carga de culpa na diretora.

Só que a complexidade do caso acaba gerando uma série de pequenas distorções, que não são graves, mas necessárias para o andamento. Por mais de duas vezes, por exemplo, um ano inteiro é contado em menos de dois minutos, em cenas que criam mais questões ao invés de resolvê-las. A interessante ambientação não esconde a estranheza com os sotaques forçados de Chastain. Até mesmo o inglês de Brühl soa estranho – e a mistura de frases em alemão em momentos decisivos certamente não foi a decisão mais acertada.

Ainda assim, a fotografia é bem interessante e os tópicos secundários (como o Gueto de Varsóvia) tem uma contextualização favorável. Isso torna The Zookeeper’s Wife muito interessante. Cumpre o objetivo de apresentar uma história incrível ao público, com ótima atuação de Chastain.

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NOTA: 7/10

IMDb

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