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War Machine - Crítica do filme da Netflix

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War Machine – 2017

A guerra interminável. War Machine é mais um retrato dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão. Só que sem a pressão dos estúdios tradicionais e com amplo aval da Netflix para discussão de alguns tópicos obscuros, o longa dirigido por David Michôd mostra a expansão dos serviços de streaming em mais um capítulo da discussão sobre o estado atual do cinema.

War Machine é baseado no livro The Operators, lançado pouco tempo após a morte do jornalista Michael Hasting, que trabalhou em uma matéria para a revista Rolling Stone que acabou com a carreira militar do General Stanley McChrystal, líder da Força Internacional de Assistência para Segurança no Afeganistão. No filme, McChrystal vira Glen McMahon (Brad Pitt), com uma curiosa personalidade que desperta polêmica tanto nos EUA quanto em seus comandados.

Com uma boa dose de humor, apenas um quinto do filme é reservado para cenas de combate. O que interessa aqui é analisar a estruturação do exército americano, especialmente no que diz respeito aos lobbys de diversas esferas de influência que pediam pela diminuição do número de soldados dos EUA no conflito. Brad Pitt tem uma atuação destacada ao conseguir fazer com que seu personagem absorva os dramas cotidianos causados pelo stress de seus comandados.

Glen McMahon é um homem metódico que tem plena convicção do que busca. Ambientado logo no primeiro ano do governo Obama, a postura completamente diferente da guerra imposta pelo democrata quando comparado a W. Bush vira alvo de críticas: na visão de Glen, de nada adiantaria anos e anos de guerra se os EUA realmente optassem por deixar o Afeganistão e abrir terreno para grupos radicais como a Al-Qaeda recrutar pessoas que anteriormente eram suas protegidas.

Em todo este clima, o destaque vai para a fotografia que reflete tons parecidos com os vistos em Three Kings, alternando muito bem o deserto com os ambientes fechados. Vários subplots são lançados ao longo das duas horas de duração: aos poucos, além do repórter de Rolling Stone, o presidente afegão Hamid Karzai (Ben Kingsley), uma jornalista europeia (Tilda Swinton) e até mesmo um jovem fuzileiro (Lakeith Stanfield) que questiona as ordens recebidas mostram a transição do próprio Glen, que aos poucos vê que todo seu caráter militar foi construído em cima de uma propaganda de guerra articulada pelo poder executivo.

War Machine sustenta-se em bases sólidas. Desperta a curiosidade do público para procurar mais sobre a história real de McChrystal e fecha com um ótimo cameo que dá uma pista para uma possível sequência. Um acerto maravilhoso da Netflix!

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NOTA: 8/10

IMDb

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