The Autopsy of Jane Doe (A Autópsia, no Brasil) cria uma boa atmosfera de tensão que realmente prende o público na história contada. Após seis anos parado, o diretor André Øvredal acerta em cheio no roteiro, mas o limitado orçamento faz com que a produção deixe clara sua identidade de filme B – com efeitos precários.
O corpo de uma mulher sem identificação é encontrado junto da cena de um triplo homicídio. O que intriga os investigadores é o fato do corpo da mulher estar em perfeitas condições, enquanto as outras vítimas sofreram com mortes violentas. A polícia local envia os corpos para o necrotério operado por Tommy (Brian Cox) junto de seu filho, Tommy (Emile Hirsch) – e quando a mulher começa a ser analisada estranhos eventos tomam lugar.
Com inspiração no filmes de John Carpenter e de David Cronenberg, Øvredal aposta na lenta progressão proposta pelos roteiristas Ian B. Goldberg e Richard Naing para criar um ambiente misterioso. É certo que vários clichês do gênero de terror mostram suas caras, mas diferentemente do que é produzido atualmente no cinema, eles não comprometem a experiência final.
Chama a atenção o fato do filme ser rodado em sua maior parte dentro de uma sala – o que colaborou para manter o baixo orçamento da produção. A edição das cenas privilegia o rosto do cadáver, que, por sua vez, tem vários mistérios que ajudam tanto na interpretação do triplo homicídio quanto na busca por respostas sobre sua origem e sobre o perfeito estado de conservação. O desfecho de The Autopsy of Jane Doe é previsível para o espectador atento que conseguiu juntas as pistas durante o filme. Filme interessante cujo potencial é elevado dentro da sala de cinema.
NOTA: 7/10