O original Alien, lançado em 1979, marcou profundamente a mistura entre os gêneros de ficção e terror. A franquia, no entanto, luta para tentar conciliação com os fãs que ainda demonstram profundo ressentimento com Alien 3 e Alien: Resurrection, dois grandes fracassos da década de 1990. Com direção de Ridley Scott, Alien: Covenant dá sequência a Prometheus, um reboot organizado pela Fox para resgatar a credibilidade de sua marca registrada. Novamente com Michael Fassbender no papel de protagonista, infelizmente o filme se perde em meio a uma narrativa confusa.
Diria que a história deste filme seria uma mistura entre o que vimos recentemente em Passengers e Life. Em 2104, a nave espacial Covenant transporta 1000 casais para expandir a vida humana no universo. A jornada é interrompida sete anos antes de seu destino final, quando um grande incêndio tira a vida do capitão (James Franco). O novo comandante Oram (Billy Crudup) é pressionado pela tripulação para investigar um sinal de vida em um planeta habitável que não estava no mapa da missão, apesar da suspeita de Daniels (Katherine Waterston) de que algo possa estar errado.
Um dos grandes problemas de Alien: Covenant está no pulo tecnológico. Estamos falando de um filme cuja história antecede o original Alien. Talvez por conta do que foi apresentado por Scott em 1979, não há equipamentos de modernos – e uma série de problemas técnicos, como perda de sinal, ainda são utilizados na história para tentar trazer algum tipo de tensão. O material utilizado em solo, por exemplo, é composto por roupas e materiais da nossa época – e até mesmo um tipo de GoPro é replicado. Custaria tentar inovar um pouco para trazer algo diferente?
Desta vez, Walter (Fassbender) – modelo mais avançado do que David, visto em Prometheus, é quem faz a mediação da inteligência da nave com os tripulantes. Sua participação na história é intrigante – e o encontro entre os dois acaba trazendo à tona variados tipos de clichês para compor os buracos deixados na narrativa proposta aqui. Se Alien: Covenant não carregasse a palavra ‘Alien’ no título a pressão seria muito menor. O problema é que tal fato lança diretamente ao público uma comparação mental entre o que é apresentado neste ano por Scott com o clássico que fez sua carreira deslanchar. É mais um filme que não tem nada de especial e que prefere dar espaço para um cliffhanger em sua conclusão ao invés de partir para algo mais original.
NOTA: 4/10