Quando a Lionsgate anunciou a produção de Aftermath, confesso que cheguei a pensar na possibilidade de colocar este filme na minha lista dos mais aguardados deste ano, muito pelo fato do drama ser adaptado de uma história real por trás do desastre aéreo de Überlingen, ocorrido em 2002. No entanto, assim que soube que o lançamento no cinema seria em conjunto com o video on demand, sabia que essa seria mais uma produção mediana (basta olhar para o histórico da distribuidora neste sentido).
Roman (Arnold Schwarzenegger) é um trabalhador da construção civil que perde sua esposa grávida e sua filha após dois aviões colidirem no ar. Ele busca pelo perdão da companhia aérea , e ao ver a negativa da empresa, parte em busca de Jake (Scoot McNairy), o controlador de tráfico aéreo que foi o grande culpado pelo acidente.
Schwarzenegger mais uma vez mostra o quanto está disposto a retomar sua carreira no cinema fugindo da ação para investir no drama. Infelizmente o diretor Elliot Lester não aproveita o potencial da história e de seu protagonista – talvez pelo pouco tempo de rodagem do filme – e todos os conflitos expostos por Roman ficam vulneráveis a partir do momento em que não existe um interesse maior em discutir sua personalidade.
A proposta do filme é vender ao espectador um drama pessoal que envolve luto e vingança – que teoricamente daria um objeto de análise para um excelente roteiro, mas que na prática não corre bem. De fato a narrativa é de fácil compreensão, e isso aos poucos se torna um empecilho para a continuidade, já que a conclusão é escancarada antes mesmo do relógio bater a primeira hora.
Aftermath é o tipo de filme feito para preencher o catálogo de um serviço de streaming. Não promove grandes reflexões e atende a uma parcela de cinéfilos (fãs de Arnie ou do gênero) bem restrita. Não é de todo ruim, mas deixa evidente lacunas abertas para evitar dar complexidade maior ao roteiro.
NOTA: 5/10