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Vida - Crítica do filme de 2017

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Life (Vida) – 2017

Tinha altas expectativas para Life (Vida, no Brasil). Seja pela direção de Daniel Espinosa, que já demonstrou ter potencial para fazer grandes filmes, pelo elenco com atores de ponta ou pelos roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick (responsáveis pela escrita de Deadpool) – o forte investimento na promoção deste filme nos Estados Unidos me lembrou um pouco de Alien, de Ridley Scott. Aliás, não tenho dúvida de que essa foi a principal inspiração para a produção, até pelo fato do clássico de 1979 marcar o início de um subgênero do cinema que explorava terror e ficção. O problema é que Life pega emprestado algumas ideias mas não consegue dar o passo adiante, deixando a história com profundas aberturas.

Mais de 95% do filme ocorre na análise de uma missão de uma equipe da Estação Espacial Internacional International, que é resgata uma sonda que contém amostras do solo de Marte.  O grupo composto por Ekaterina (Olga Dihovichnaya), David (Jake Gyllenhaal),  Hugh (Ariyon Bakare), Sho (Hiroyuki Sanada),  Miranda (Rebecca Ferguson) e Rory (Ryan Reynolds) inicia um experimento para verificar a estrutura da coleta, e logo descobrem um organismo vivo, que cresce de tamanho e forma rapidamente. Ao longo do filme, este organismo torna-se um monstro e ameaça a vida de todos os tripulantes, já que é dotado de inteligência.

Espinosa não deixa espaço para nenhum ator tomar o destaque. Reynolds tem uma participação curta – com um perfil de personagem que lembra muito Deadpool, cheio de piadas na manga. Gyllenhaal e Dihovichnaya são os que tem maior tempo de tela, mas é nítida a falta de química, até pelo desenvolvimento da história. Para um filme que propõe uma descoberta histórica, é nítido que algumas decisões tiveram que ser feitas para suprimir o potencial e o uso da tecnologia. O drama é acentuado quando a equipe perde a comunicação com a terra – mas ainda assim alguns sistemas (como o monitoramento de GPS) funcionam apenas para dar certa coerência na história.

O Alien – batizado como Calvin – infelizmente não tem seu estabelecimento como vilão encaixado de forma correta. Em determinados momentos ele é extremamente inteligente – e em outros estúpido o suficiente para cair em armadilhas bobas. A fotografia tem tomadas exteriores semelhantes à Interstellar, mas sem a mesma qualidade. Life tem um final pessimista, que apesar de jogar contra as diretrizes vigentes hoje em Hollywood, foi escrito com um spin off no horizonte. O resultado final não é de todo ruim, mas a decepção é notável para todos os que esperavam muito da produção.

NOTA: 6/10

IMDb

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