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Fome de poder - Crítica do filme

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The Founder (Fome de Poder) – 2016

Todo ano um filme entra na temporada de premiações como favorito ao Oscar e somente após seu lançamento nota-se que ele não tem condições reais de disputar qualquer categoria. The Founder (Fome de Poder, no Brasil) entrou para a seleta lista recentemente. Apesar de contar uma história relevante – e desconhecida pela grande maioria – e de ter o suporte de um ator que finalmente encontrou seu caminho em Hollywood, a produção dirigida por John Lee Hancock não é boa o suficiente.

Ray Kroc (Michael Keaton) levava a vida vendendo produtor ‘revolucionários’, como um mixer de milk-shakes. Certo dia, ele recebe uma ligação de Bakersfield, com uma grande encomenda de Dick (Nick Offerman) e Mac MaDonald (John Carroll Lynch). Surpreso, ele decide visitar o local, e descobre que os irmãos automatizaram todo o processo de fast food. É então de Roy persegue a ideia de criar franquias da rede em todo território americano.

O filme é um bom resumo sobre a relação dos irmãos McDonald – Dick era o cabeça e Mac o coração. Além disso, é bom o suficiente para mostrar o crescimento de nomes como Fred Turner e Harry J. Sonneborn, que foram vitais para o estabelecimento e crescimento da McDonald’s Corporation. O espectador, no entanto, não deve esperar um retrato fiel sobre os arcos dourados. Para isso, recomendo a biografia do próprio Ray Kroc e livros de autores como  John F. Love e Joe L. Kincheloe, que tratam sobre trapaças, traições e abuso de poder sem nenhuma censura. Obviamente, não existe o mínimo interesse do diretor e da Weinstein Company em discutir imensas polêmicas que moldaram a rede entre a década de 1950 e 1960.

O grande problema do roteiro está na péssima montagem. Keaton é dedicado e faz um bom retrato de quem foi Kroc – obcecado pelo sucesso – mas a divisão não privilegia a continuidade. Após uma hora de filme, franquias ainda são discutidas, e o avanço posterior é feito com pressa para deixar o corte final dentro das duas horas de duração. O resultado disso acaba sendo a total falta de sensibilidade com a personagem de Laura Dern (primeira esposa de Kroc) e também deixa claros buracos, especialmente com Joan (Linda Cardellini), que não tem sua relevância destacada.

The Founder tinha potencial para ser um excelente filme. Mas Hancock parecia perdido com tanto material na mão, e acabou tornando a história de Kroc em mais um conto genérico de ascensão meteórica ao poder e ao dinheiro. A falta de nomeações acabou afetando a distribuição do longa, que teve seu lançamento alterado em vários países (incluindo o Brasil) para tentar conter as perdas financeiras.

NOTA: 6/10

IMDb

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