Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpeditor domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wordpress-seo domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/wp-includes/functions.php on line 6114
Elle - Crítica do filme

WordPress database error: [Table 'dale2054280952.wp_p5mwz01qvq_userstats_count' doesn't exist]
SHOW FULL COLUMNS FROM `wp_p5mwz01qvq_userstats_count`

Elle – 2016

Elle não é um filme comum. É o tipo de produção que faz o espectador se questionar a cada segundo, procurando entender uma série de decisões aparentemente inexplicáveis. Com uma trama central forte, o diretor Paul Verhoeven entrega uma histórica rica em conteúdo, com fortíssimo apelo emocional.

A introdução, por si só, é uma verdadeira aula de montagem. O simbolismo de um gato preto, com olhar penetrante, contrasta com o pavor sentido por Michéle (Isabelle Huppert) assim que percebe que um homem mascarado entrou em sua casa para lhe estuprar. A cena dura um minuto – e é revivida em outras três passagens do filme, nas quais a mulher tenta compreender o episódio. Ao invés de denunciar o caso para a polícia, ela passa a investigar por conta própria, tentando ligar pistas que são transmitidas pelo próprio homem que a violentou.

Com uma genialidade ímpar, Verhoeven aos poucos revela o impacto psicológico do estupro em Michéle. Inicialmente ela compra um martelo e gás de pimenta para se proteger, mas aos poucos deixa de se preocupar com sua própria segurança. A narrativa é desafiadora, já que é impossível prever o passo que será tomado pela personagem de Huppert, que entrega uma atuação segura e digna de louros.

Elle é muito mais do que um jogo gato-rato. Envolve emoção, violência e revanche. A descoberta do real abusador é repassada bem antes da conclusão, o que evidencia o material impecável que o diretor tinha nas mãos. Eventualmente a lista de candidatos começa a ficar restrita: Patrick (Laurent Lafitte), seu vizinho, é casado com uma católica praticante (Virginie Efira); Richard (Charles Berling), busca aceitação e quer mostrar que é muito mais do que um simples escritor; Robert (Christian Berkel), que transa eventualmente com Michele, é casado com Anna (Anne Consigny), parceira de negócios da protagonista.

Aos poucos nota-se um tom de humor ácido, que é comprovado com um arco secundário, composto por Vincent (Jonas Bloquet), seu filho que mantém uma conturbada relação com Josie (Alice Isaac). O livro escrito por Philippe Djian é cheio de personagens, cada um com sua peculiaridade própria. Nas duas horas de duração do filme, Verhoeven consegue ser efetivo nas características dos que são aproveitados no filme, explorado desde o orgulho de Michéle até as diferentes reações de seus amigos tão logo eles são notificados do estupro.

Após passar por uma das prévias mais disputadas do ano, Elle foi o indicado da França ao Oscar 2017. A ótima recepção em Cannes e a estratégia de distribuição no solo estadunidense fazem deste um fortíssimo candidato em sua categoria, ao menos para entrar lista prévia de dezembro. Um filme para assistir e pensar na alegoria criada pelo diretor – que dá uma visão pessimista da sociedade e das relações familiares.

NOTA: 7/10

IMDb