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O Mestre dos Gênios - Crítica do filme

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Genius (O Mestre dos Gênios) – 2016

Em 1978, o escritor A.  Scott Berg venceu o prêmio de melhor livro biográfico com Max Perkins: Editor of Genius.  A conquista surpreendeu o público, mas não o mercado literário dos Estados Unidos: Perkins foi um dos editores mais famosos do século XX, com influência direta nos escritos de nomes como F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e Thomas Wolfe. Genius (O Mestre dos Gênios, no Brasil) adota uma temporalidade muito específica ao explorar especialmente o relacionamento do editor com Wolfe.

Com direção de Michael Grandage, é praticamente impossível não sentir uma atração especial logo nas cenas iniciais, onde Jude Law dá vida a um Thomas Wolfe cheio de ideias – e um tanto sem rumo. Para o leitor que aprecia as obras Look Homeward, Angel e Of Time and the River – responsáveis por revelar o nome do autor ao mundo, várias histórias dos corredores da editora Charles Scribner’s Sons são contados. O mais importante, no entanto, é a forma como o filme propõe contar um lado da história oculto, que trata sobre os cortes feitos nas magnum opus por pressão editorial – as 60 mil palavras removidas de Look Homeward deixam clara a difícil tarefa.

Os nomes de peso dão uma dimensão especial ao filme de 17 milhões de dólares: Colin Firth interpreta Max de forma bastante serena, servindo como o peso que equilibra a balança dos altos e baixos de Wolfe, que após a fama passou a adotar um comportamento promíscuo, regado a álcool. No entanto, Louise (Laura Linney), esposa de Max e Aline Bernstein (Nicole Kidman) – envolvida em um caso com o autor até o lançamento de seu primeiro livro, infelizmente não têm o devido destaque, ocupando papéis secundários voltados apenas para conter a carga psicológica de ambos protagonistas frente aos desafios do cotidiano.

Apesar de discordar fortemente do recorte do roteiro – que poderia ter privilegiado muito mais Fitzgerald (Guy Pearce) e Hemingway (Dominic West) – é incontestável o fato da produção seguir um padrão bem cadenciado, fechando com a trágica morte de Wolfe, em 1938. As vestimentas e as ótimas tomadas feitas na rua evidenciam um cuidado com pequenos detalhes – desde um simples guarda-chuva até a marca de uma famosa caneta.

Max Perkins dizia que jamais queria a fama por temer que fosse reconhecido como o homem por trás dos cortes nas obras de nomes famosos – e a homenagem de Firth e Grandage ao editor segue nessa proposta contida. Genius foi um dos filmes que mais aguardei neste ano, mas fica claro que existe um enorme simbolismo em torno de bases pouco discutidas. As canetas, as frases de efeito e o contraste de Perkins com Wolfe não são o suficiente para convencer o espectador da importância ímpar do editor.

* Genius está disponível na Amazon Video.

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NOTA: 6/10

IMDb

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