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Herança de Sangue - Crítica do filme

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Blood Father (Herança de Sangue) – 2016

Mel Gibson passa por uma fase em que visa recuperar sua credibilidade. Sua participação no Oscar deste ano como apresentador e a disposição para rodar o mundo nas estreias de Blood Father (Herança de Sangue, no Brasil) mostram que seu retorno às telas desta vez é real. Até por conta disso, o segundo trabalho do diretor francês Jean-François Richet nos Estados Unidos mostra certa discrição na trama e concentra todos os esforços em torno da imagem do ator.

John Link (Gibson) vive em uma pequena cidade situada no deserto da Califórnia. Tatuador profissional, e busca esquecer de seu passado, deixando de lado o álcool e a criminalidade que foram responsáveis pela pena de nove anos de cadeia. Por conta de tudo isso, ele nunca mais viu sua filha, Lydia (Erin Moriarty), que passou a namorar um criminoso (Diego Luna). Certo dia a jovem acaba atirando acidentalmente no rapaz, fato que faz com que o cartel local corra atrás de sua cabeça. Sem ninguém para lhe ajudar, ela acaba restabelecendo contato com seu pai, na esperança de que ele possa negociar sua liberdade.

Aos sessenta anos de idade, a vitalidade de Gibson toma a tela. Richet e seus roteiristas, no entanto, não conseguiram transformar sua energia em um elemento chave para a história. Temos cenas de tiroteios e violência, mas faltou um toque autoral mais refinado, talvez como apresentado em Assault on Precinct 13 (2005). A caracterização dos personagens é muito básica, com Gibson vivendo o típico criminoso arrependido e Moriarty atuando como a jovem drogada, sem rumo.  William H. Macy faz uma breve aparição como vizinho de Gibson, e sua passagem na tela é modesta.

Talvez o grande pecado esteja na indefinição do projeto: o livro original de Peter Craig teve baixa aceitação, mas vendeu-se em Cannes a ideia de que a adaptação para o cinema daria uma nova interpretação para passagens que foram alvo da crítica literária nos Estados Unidos. E mesmo pelos contratos de distribuição assinados, garantindo o filme nos cinemas de diversos países, nota-se claramente que os produtores buscaram dar ar de um filme bem sucedido a um projeto concebido como longa B para o mercado de home video.

Blood Father torna-se atraente para o fã que estava com saudades do estilo Gibson. Como filme de ação, no entanto, peca pela falta de balanceamento, já que abusa de traços melodramáticos.

NOTA: 6/10

IMDb

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