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Imperium - Crítica do filme

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Imperium – 2016

Imperium é um daqueles filmes que trata de um assunto polêmico com amplo domínio de seu objeto. A chave está na seleção de sua fonte de inspiração: o roteirista e diretor Daniel Ragussis trabalhou junto do agente do FBI Michael German, que passou quinze anos infiltrado na cena neonazista dos Estados Unidos. Os horrores presenciados por German, como o desejo descontrolado de uma guerra racial, a devoção por líderes nazistas e até mesmo planos para ataques terroristas em solo americano, servem como instrumento para criar um forte personagem estrelado por Daniel Radcliffe – que contagia o público pela sua entrega e pelas discussões éticas propostas durante o filme.

Nate Foster (Radcliffe), é um agente do FBI bastante contido, com dificuldades para lidar com terceiros. Após sua colega (Toni Collette) contar sobre o caso de um grupo de supremacia branca que busca atacar os Estados Unidos, ele decide se infiltrar para tentar barrar estes planos.

Algumas discussões sobre o neonazismo no cinema conquistaram o público pela dura realidade apresentada, como em American History X. O grande trunfo de Imperium está na devida distribuição de tarefas que ajudam a articular o personagem de Radcliffe dentro submundo skinhead, gerando confiança para o ator entregar uma das melhores atuações de toda sua carreira. A tão comentada cena do protagonista de Harry Potter raspando o cabelo – que poderia ser apenas um momento de um filme B sem grandes pretensões – é surpreendente, já que ela tem um sentido embasado nas conversas anteriores que ditam a importância da atuação como agente infiltrado.

Outros elementos típicos de longas com esse assunto ajudam na narrativa: um carismático apresentador de extrema-direita, um pai de família que vive uma vida aparentemente normal e até mesmo um skinhead que controla um grupo com interesses religiosos montam o contexto geral, que ganha traços dramáticos na medida em que Foster descobre o funcionamento de cada uma dessas peças para o cenário neonazista local. A partir disso, uma grande pergunta: será que ele corre o risco de ser descoberto? É em cima dessa questão que Imperium perde um pouco de sua força, oferecendo respostas prontas em um final bastante apressado.

Confesso que fiquei bastante surpreso quando recebi a notificação da Lionsgate avisando do lançamento antecipado na internet. Imperium teria todo potencial para ter uma distribuição decente nas salas de cinema dos Estados Unidos, já que conta com uma história sólida e com um protagonista que, por si só, venderia milhares de ingressos. Um espetáculo de Daniel Radcliffe e uma excelente estreia do diretor Daniel Ragussis, muito seguro e preciso.

NOTA: 7/10

IMDb

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