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Dois Caras Legais - Crítica do filme

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The Nice Guys (Dois Caras Legais) -2016

Antes de fazer sucesso com Kiss Kiss Bang Bang (2005), Shane Black quase desistiu de levar The Nice Guys (Dois Caras Legais, no Brasil) ao cinema. O roteiro, que foi finalizado em 2001, não conseguiu atrair nenhum interessado – e a única proposta na época foi de adaptar o conteúdo para uma série de televisão. A espera, no entanto, valeu a pena: uma das melhores produções de seu gênero dos últimos anos, o longa estrelado por Russell Crowe e Ryan Gosling caminha muito bem pela comédia e pelo suspense investigativo – tomando o ar das populares séries estadunidenses filmadas no período em que The Nice Guys foi ambientado.

1977, Los Angeles. A cena de abertura é marcante, já que assistimos a morte da estrela pornô Misty Mountains (Murielle Telio) em um acidente automobilístico. Sua tia (Lois Smith) ainda acredita que ela possa estar viva e chama o investigador Holland March (Gosling) para lhe ajudar. Apesar de considerar a história da senhora fruto de sua imaginação, ele aceita o trabalho pelo dinheiro e pelo fato do desaparecimento de Amelia Kutner (Margaret Qualley) tomar conta das fofocas da cidade. Amelia, no entanto, percebe que duas pessoas estão lhe seguindo constantemente e contrata Jackson Healy (Crowe) para dar uma lição em March, que acaba ganhando um braço quebrado. A história ganha traços ainda mais confusos quando dois criminosos cercam Healy para descobrir o paradeiro de Amelia. Somente quando a jovem não é mais encontrada que Healy propõe um pacto para March, tentando estabelecer ligações entre várias mortes misteriosas que ocorreram na indústria pornográfica da cidade com Amelia.

Não há como não efetuar uma ligação direta de The Nice Guys com Inherent Vice. Ambos têm forte apelo na comédia, e tratam de sexo e drogas de forma bastante natural, sem qualquer tipo de barreira imposta. A diferença é que em Inherent Vice o foco estava todo voltado para Joaquin Phoenix, que tinha uma porção de coadjuvantes para interagir – enquanto Crowe e Gosling dependem essencialmente da ajude de Holly (Angourie Rice), filha de March que torna-se em uma grande estrela para a solução do caso. Ambos atores dão a seus personagens traços de anti-heróis nas cenas inciais: Crowe parece não se interessar pelo sentimento dos outros, enquanto March aceita enganar velinhas para conseguir mais dinheiro para pagar o aluguel de sua casa. Com o passar do tempo, essas características começam a desaparecer, junto de uma investida maior que visa entender o perfil de cada um dos homens.

A excelente fotografia de Philippe Rousselot utiliza filtros interessantes em determinados momentos que parecem dar a impressão de que o filme o filme foi rodado nos anos 70, com os tradicionais granulados visíveis em um anúncio de televisão, por exemplo, ou com breves pulos de quadros.  A qualidade do conteúdo de Black é comprovada a partir do momento em que o próprio espectador passa a rir de cenas que retratam o inferno vivido pelos investigadores para chegar até Amélia. Em determinada passagem, os dois carregam um corpo de decidem atirar o mesmo atrás de um muro. A edição é bastante precisa, e mostra com o plano dá errado, já que o cadáver cai no meio de uma mesa de jantar. É esse estilo mais solto e livre que o público amante do antigo cinema policial delicia-se. Como esperado, no entanto, a história contém boas doses de cenas clichê – onde a sorte está sempre ao lado dos protagonistas. Aliás, o próprio Shane Black reconhece isso, e dá para Gosling proferir uma passagem onde o mesmo diz se sentir invencível. O único pecado de The Nice Guys está na decadência do último quarto de rodagem, onde tudo é costurado rapidamente para apresentar um final que poderia ter sofrido alterações mais firmes para ser mais sucinto e sólido. Fica claro, por exemplo, que a cidade parece estar livre para ambos fazerem o que bem entenderem – e a impunidade vira um lema secundário – apesar da mensagem final tentar desfazer completamente tal noção.

Ótima opção de entretenimento, The Nice Guys apresenta boas atuações e tem tudo para estabelecer uma interessante franquia ao estilo dos parceiros de investigação comum no cinema americano na década de 1980. Resta esperar pela decisão final de Black e da Warner.

NOTA: 8/10

IMDb

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