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The Masque of the Red Death ( A Máscara Mortal) – 1964

No final da década de 1950, a American International Pictures decidiu bancar uma série de adaptações cinematográficas dos contos de Edgar Allan Poe. Duas prioridades foram estabelecidas: o diretor deveria ser o mesmo; e este deveria gastar o mínimo possível. The Masque of the Red Death (A Máscara Mortal, no Brasil) foi o sétimo filme da parceria de Roger Corman com a AIP, e destaca-se por uma atuação memorável de Vincent Price.

Em uma época em que a morte vermelha ameaça dizimar a população, Prospero (Vincent Price) reúne em seu castelo um grupo de pessoas para festejar a vida. Envolto em magia negra e com fortes laços no satanismo junto de sua mulher (Hazel Court), ele retira uma jovem (Jane Asher) do vilarejo local para adorar a Satã.

A sensacional adaptação do roteiro deixa claro que não é necessário muito dinheiro para conseguir levar para as telas um bom trabalho. Um fator positivo para Corman foi o fato da AIP não colocar qualquer tipo de barreira ou mesmo requisitar cenas adicionais para promover uma comercialização mundial do filme. Os produtores foram extremamente felizes ao perceber que uma grande fatia da população estaria disposta, de fato, a prestigiar a história de Poe por si só. Para quem conhece o autor, as curtas páginas de Hop-Frog são utilizadas como elemento secundário na construção da história.

Para entregar uma narrativa ao estilo de Poe, o mistério é gerado em torno de ótimos diálogos. A fotografia aposta em cenários negros que fazem um espetacular contraste com o vermelho da morte, do sangue, e com coloridas salas que formam o gigantesco castelo de Prospero. É comum na história do cinema esquecer de atores de ponta por conta de uma decisão tomada em sua carreira. Vincent Prince teve a chance de brilhar nos dramas da década de 1940, mas o que lhe interessava mesmo era roteiros com vida, que lhe proporcionassem algum tipo de identificação. Sua opção pelo foco em thrillers e filmes secundários – nos quais ele teria a chance de ser protagonista – restringiu muito seu público alvo. Sua atuação em The Masque of the Red Death é digna de um Oscar, pelo modo como ele conduz um personagem sombrio que desafia a todo momento suas próprias afirmações. Infelizmente, Prince morreu com um limitado reconhecimento em seu país natal.

Uma das grandes produções do cinema-arte de sua década, The Masque of the Red Death deve ser compreendido dentro de seu contexto. Nos olhos da geração atual, é possível que a delicadeza do protagonista e a falta de um rumo decisivo na metade final do filme possam criar algum tipo de resistência. Mas tendo em contra o orçamento apertado, pode-se dizer que Corman fez mágica, levando a alma de Allan Poe para o cinema. Tudo graças a sua paixão.

NOTA: 7/10

IMDb

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