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Bolgen / The Wave – 2015

Desde que o gênero de desastre ganhou notoriedade, na década de 1970, a receita para um longa segue, na esmagadora maioria das vezes, o mesmo padrão: um especialista descobre um problema (quase sempre ligado à natureza), e o roteiro reduz a escala de análise para compreender como este problema afeta a vida do especialista em questão, trazendo a família do mesmo como objeto de suporte emocional. Bolgen (lançado nos EUA nesta semana com o título de The Wave) segue este mesmo padrão. Apesar de ter uma cena impressionante, o filme dirigido por Roar Uthaug não tem identidade própria, buscando copiar o modelo mais que ultrapassado de Hollywood.

Nesta produção norueguesa, o especialista é Kristian (Kristoffer Joner), geologista que estuda sinais sísmicos. Por toda sua vida, ele deu mais prioridade para seu emprego do que para sua esposa, Idun (Ane Dahl Torp), e seus dois filhos. Após receber uma oferta de uma grande petrolífera, a família busca união, mas, justamente nos últimos dias de Kristian como geologista, o deslocamento de uma enorme montanha gera uma tsunami, colocando em risco a vida de todos os habitantes da pequena Geiranger.

Os efeitos especiais são dignos de reconhecimento, passando uma boa da imersão no clímax do filme. Fora os dois minutos que mostram a aproximação da tsunami, tudo em Bolgen é reciclado. A lenta introdução e os diálogos soltos tornam a metade inicial desgastante – e o filme não consegue se recuperar deste problema crônico. O cenário apocalíptico proposto após a tsunami é orquestrado como se apenas a família de Kristian tivesse sobrevivido a tudo, o que, além de soar absurdo, tira qualquer credibilidade da história.

Ao contrário do excelente Force Majeure, Bolgen não oferece sequer uma tentativa concreta de investigar como seus personagens se comportam perante a catástrofe. O que é apresentado para o espectador é um punhado de clichês batidos (desde nosso protagonista como o único – e improvável – sobrevivente de um caos até a família feliz, desconsiderando os mortos), e os atores funcionam como marionetes, com caras e bocas demasiadamente forçadas. Essa falta geral de comprometimento atinge diretamente o resultado final do filme, deixando a impressão de que os produtores estavam apenas preocupados com a distribuição final (para justificar o orçamento de oito milhões de dólares).

Bolgen é um passo atrás no belo movimento das últimas duas décadas do cinema nórdico para fixar suas próprias bases. É uma adaptação norueguesa de uma tragédia americana, modificando apenas cenários e a língua principal.

NOTA: 2/10

IMDb

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