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Suite Française (Suite Francesa) – 2014

Suite Française (Suite Francesa, no Brasil) é um drama ambientado na Segunda Guerra Mundial que diferencia-se da esmagadora maioria dos filmes lançados nos últimos dez anos que tratam sobre a mesma temática em seu gênero. O segredo está em uma adaptação séria dos dois primeiros livros da série homônima de Irène Némirovsky, incompleta por conta de sua morte em 1942, no campo de Auschwitz. Com isto, o diretor Saul Dibb propõe uma releitura de uma peça de 1940 tentando ser o menos anacrônico possível – o que é uma tarefa, no mínimo, de grande peso.

Michelle Williams interpreta Lucile Angellier, uma francesa de classe alta que busca lidar com a ocupação alemã na França. Enquanto espera por notícias de seu marido, um pelotão nazista ocupa seu vilajero. O comandante Bruno von Falk (Matthias Schoenaerts) decide ocupar a residência de Angellier, o que causa a fúria de sua sogra e a desconfiança da população, que passa a classificar a família como colaboracionista. Apesar de todos os entraves, Bruno mostra-se diferente de seus comandados, o que chama a atenção da jovem. O romance proibido, no entanto, enfrenta as duras dificuldades da guerra.

A bela fotografia de Eduard Grau abusa do colorido e por vezes faz um contraste necessário para alertar o espectador de que existe uma guerra ocorrendo. Matthias Schoenaerts, ao mesmo tempo que convence pela excelente atuação, fica limitado perante a necessidade de interpretar o ‘bom nazista’. Existe uma história secundária, que envolve um caso de traição e assassinato em que von Falk faz uma espécie de mediação entre franceses e alemães, que consegue dar um bom fechamento ao filme.

O ponto alto, no entanto, é a sutil construção do romance apresentado nas telas. Geralmente toda a indústria foca exclusivamente nos beijos e no sexo (seja como objetivo primário ou como simples recurso de roteiro), esquecendo da construção dos personagens, ou omitindo detalhes por variados motivos. Por isto, é um alívio ver um filme que propõe buscar uma relação a partir de um ponto em comum – neste caso, a partir da composição musical do alemão, executada com leveza no piano da casa de Angellier – e não a partir da premissa de que existe um homem em posição superior à mulher.

Ainda assim, Suite Française não é necessariamente original, já que tenta copiar a fórmula pronta de um romance proibido, deixando questões abertas. Mas a boa execução da história e as atuações destacadas da dupla de protagonistas são o suficiente para tornar este longa em um bom drama de guerra.

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NOTA: 7/10

IMDb

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