Sim, The Peanuts Movie (Charlie Brown: O Filme, no Brasil) faz a transição do 2D para o 3D de forma suave e agradável e sim, essa animação comandada por Steve Martino consegue manter o alto nível da clássica obra prima de Charles Schulz. Como admirador da obra do cartunista estadunidense, fiquei aliviado e contente em ver uma equipe capacitada (e, principalmente, conhecedora de seu objeto) comandar uma produção com tamanha responsabilidade.
O amor é a palavra chave do breve roteiro de uma hora e quinze minutos (acrescidos de mais dez minutos de créditos e cenas extras). Uma menina ruiva muda-se para a cidade e logo toma a atenção de Charlie Brown. Ao mesmo tempo, o simpático Snoopy imagina resgata Fifi, uma personagem de sua mente, das mãos do Barão Vermelho. O problema é que Charlie Brown, como de costume, não confia em suas capacidades e mostra-se tímido. Snoopy, ao contrário, esbanja de coragem e determinação para buscar conquistar sua amada – ainda que de forma fictícia.
Por conta de parte da família de Schulz atuar na produção e na consultoria geral, a história não tem nenhum pulo absurdo, e mantém com firmeza o tradicional teor das tirinhas. O pessimismo de Charlie e a história secundária de Snoopy mantém um ritmo positivo a medida que os demais personagens – com suas devidas peculiaridades – tomam a tela. É maravilhoso ver Marcie, Patty, Schroeder, Lucy, Sally e Pig-Pen, por exemplo, mantendo seus traços tradicionais, e influenciando o andamento de maneira leve – e, ainda assim, decisiva.
Obviamente o sucesso do filme – que estreia em janeiro de 2016 no Brasil – fará a Fox considerar em uma sequência. Mas os herdeiros de Schulz já avisaram que só vão topar continuar as aventuras de Charlie e Snoopy nos cinemas caso a animação seja concebida com cuidado e dedicação – como foi o caso nesta produção, que demorou oito anos para ser concluída.
NOTA: 7/10
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