Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpeditor domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wordpress-seo domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/wp-includes/functions.php on line 6114
Beasts of No Nation - 2015 - Movie Reviews by Dalenogare

WordPress database error: [Table 'dale2054280952.wp_p5mwz01qvq_userstats_count' doesn't exist]
SHOW FULL COLUMNS FROM `wp_p5mwz01qvq_userstats_count`

Beasts of No Nation – 2015

Na época do lançamento de Virunga, no ano passado, saudei a iniciativa da Netflix de abrir seus horizontes e distribuir boas iniciativas independentes. Beasts of No Nation não é apenas um passo adiante na expansão da companhia estadunidense. É uma prova de que a empresa de Reed Hastings cada vez mais ganha a atenção pela qualidade ímpar do conteúdo original disponibilizado. Com direção e roteiro de Cary Joji Fukunaga, Beasts of No Nation é um história fictícia sobre uma guerra civil que ocorre em um país inexistente. No entanto, a complexidade das relações interpessoais apresentadas deixa bastante óbvia a ligação direta do filme com as tensões políticas de vários países do continente africano.

Beasts tem sua história dividida em três momentos. A introdução mostra o jovem Agu (Abraham Attah) tentando se adaptar com sua família ao duro dia a dia de uma cidade próxima a zona de conflito. Cheio de vida, nem mesmo a falta de comida e as condições precárias de vida são capazes de abalar sua criatividade. Seu pai leciona para as crianças locais, seu irmão preocupa-se apenas em conquistar uma bonita moça e sua mãe é a encarregada de cuidar de sua pequena irmã e de sua avó, com uma grave doença mental. Tudo muda, é claro, quando a guerra entre governo e rebeldes chega até a cidade de Agu. Sua mãe e sua irmã conseguem escapar, mas os demais homens são confundidos pelos soldados do governo com rebeldes – e somente Agu consegue fugir com vida. Rodando a floresta, ele é capturado pelo batalhão rebelde do Comandante (Idris Elba), carismático militar que planeja ser promovido a General pelo chefe dos rebeldes. Logo no primeiro encontro de Agu com o Comandante, o destino do garoto é selado: agora ele faz parte do autoproclamado ‘exército de libertação’ – e é orientado a dar sua vida pela causa. Este segundo momento é o mais longo do filme, e segue até o espectador descobrir a podridão moral do Comandante, que, ao perceber uma ameaça na figura de seu Tenente, toma uma decisão que acaba abalando todo seu batalhão.

O maior trunfo de Beasts of No Nation é mostrar como Agu se torna um homem ainda na sua infância. As variadas e duras tarefas – e até mesmo o abuso de seu comandante – deixam de lado toda aquela alegria e inocência do menino radiante apresentado no começo do longa e dá lugar a mais um menino em uma multidão cabisbaixa, sem rumo e sem pretensões. Como máquinas, todos são doutrinados para seguir a ideologia política do Comandante. Neste sentido, Agu não é apenas um personagem de um filme. Ele é o retrato fiel de vários garotos que não tem voz nem vez no mundo ocidental – que são cooptados desde pequenos para atuar em prol de militares interessados apenas em seu bem estar. Quantos Agus existem atualmente em Darfur, na República Centro-Africana ou no Sudão do Sul?

Fukunaga, que também ocupou a cadeira de diretor de fotografia, foca toda a construção de suas tomadas a partir do rosto de Agu. Tanto a trilha sonora quanto a edição deixam o espectador cada vez mais apavorado e ressentido com o drama pessoal de Agu – chave para o desenrolar do roteiro. O impacto das cenas finais é profundo. Transformado pela guerra, Agu diz que só pretende ser feliz nessa vida. O caminho, por outro lado, não é fácil. Com a infância encurtada, os traumas das chacinas vivenciadas são marcantes. O jovem Attah tem todas as condições de brigar pelos prêmios de melhor ator nas competições internacionais. Seria justíssimo. Elba foi a escolha perfeita para cadenciar ainda mais o filme. A personalidade marcante do Comandante é memorável, sem dúvida a melhor atuação de sua carreira.

Beasts of No Nation consolida-se como um dos melhores filmes de 2015 até o momento – com mais uma ótima produção da Netflix.

NOTA: 8/10

IMDb

2 thoughts on “Beasts of No Nation – 2015”

Leave a Reply