Kidnapping Mr. Heineken (Jogada de Mestre, no Brasil) é um filme B de crime adaptado a partir do livro que cobre o sequestro do empresário Freddy Heineken, um dos empresários de maior fortuna na Europa. No entanto, nem mesmo a presença de Anthony Hopkins consegue dar contornos especiais ao roteiro, que não consegue caminhar com suas próprias pernas.
Em 1983 a Holanda parou para acompanhar o sequestro de Freddy Heineken (interpretado por Anthony Hopkins). O resgate milionário de 35 milhões de florins (cerca de 16 milhões de euros, na cotação atual) mostrou que o grupo liderado por Cor Van Hout (Jim Sturgess) não parecia estar disposto a nenhum tipo de negociação. No entanto, a desorganização interna dos sequestradores e a busca pelos milhões dividiram o grupo e facilitaram o trabalho da polícia.
O grande pecado de Kidnapping Mr. Heineken é apostar cegamente na história real e partir para diálogos fadados ao fracasso. Nota-se, por exemplo, que o trabalho de ambientação foi extremamente limitado por conta do baixo orçamento. Com isso, as tomadas realizadas nos apartamentos e galpões da região são frequentes – e a maior parte do filme, para ser justo, é feita a partir de conversas soltas, sem apelo nenhum. Isto explica o motivo do roteiro – baseado no bestseller escrito por Peter de Vries – ser bastante seletivo em suas passagens.
A direção ficou por conta do sueco Daniel Alfredson, bom nome da nova geração de diretores de seu país. Sua tentativa de promoção mundial a partir deste filme sofreu um duro golpe por conta dos erros citados acima. A crítica europeia e americana também não recebeu de forma positiva este filme. Não basta escolher a dedo uma das maiores estrelas do cinema mundial, sempre deve-se buscar tirar o máximo de proveito de sua presença. Hopkins, já em sua zona de conforto, não se importa com o sotaque britânico de seu personagem e apostou que sua imagem consagrada poderia apaziguar os absurdos cometidos em Kidnapping Mr. Heineken. Ledo engano.
NOTA: 4/10